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Presidente parece "jogar para o público interno", diz Marcos Jank (Foto: Reprodução)

 

O discurso do presidente Jair Bolsonaro durante a Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (22/9), defendendo que o Brasil é vítima de uma campanha internacional de desinformação motivada por “interesses escusos”, pode piorar a crise de imagem pela qual o país passa no mercado internacional. Segundo o professor sênior de agronegócio no Insper, Marcos Jank, o tom confrontacionista da fala do presidente parece “jogar para o público interno” e acaba colocando o mundo contra o Brasil.

“Acho que a gente tem que dizer, sim, dos ganhos de produtividade da nossa agricultura e do nosso papel na segurança alimentar global, mas também temos que assumir os problemas que existem de uma maneira menos confrontacionista para discutir as soluções possíveis. E infelizmente não foi o que ouvi nem no discurso do Bolsonaro e nem no discurso do Donald Trump”, observou Jank. Segundo ele, ao adotar um tom mais agressivo, Bolsonaro pode agravar o isolamento do Brasil no cenário internacional, com prejuízos não só ao agronegócio, mas à economia nacional como um todo.

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“Existe, realmente, um problema que precisa ser resolvido e que está explícito. Hoje, a questão ambiental é algo que pode tirar investimento do Brasil, sim. E não é uma questão só do âmbito da agricultura, é um problema nacional”, aponta o professor do Insper. Ele avalia que o discurso de Bolsonaro na ONU não deve ter efeitos diretos no comércio internacional, mas que prejudicará ainda mais a imagem do país com impacto sobre a capitalização das empresas. “Entre as empresas que dependem de captação internacional, a gente vê que está havendo uma saída de dólar em função da questão ambiental”, relata Jank ao destacar que, no aspecto ambiental, “há coisas que só o governo pode fazer”.

“A gente tem que trabalhar em cima dos fatos e os fatos, hoje, demonstram que tem um problema, sim, de desmatamento na Amazônia. E isso ocorre porque o Código Florestal não foi completamente implementado, porque não foi feita a regularização fundiária e porque não há comando de controle suficiente”, conclui Jank.
Source: Rural

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