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Assim que é exposto ao solo úmido novamente, micélio começa o processo de decomposição (Foto: Loop/Divulgação)

 

O primeiro funeral usando um “caixão vivo” de compostagem rápida feito de micélio, a esteira de fibras que forma a parte subterrânea dos fungos, ocorreu esta semana, na Holanda.

Criado pela startup Loop, o caixão de micélio batizado de Living Cocoon leva de um a seis meses para ser absorvido pela terra, contribuindo ativamente para a decomposição total do corpo e enriquecendo a qualidade do solo – tudo em um período de dois a três anos.

Em um caixão tradicional, o processo de transformação em composto pode levar uma década ou mais, retardado pela madeira envernizada, metais e roupas sintéticas, que podem levar ainda mais tempo para se desintegrar.

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“Ele tinha perdido a mãe, mas estava feliz porque graças a esta caixa ela voltará à natureza e logo estará vivendo como uma árvore. Foi uma conversa esperançosa”, disse Bob Hendrikx, fundador da Loop, ao jornal local Metro, sobre o cliente que adquiriu o primeiro caixão para o funeral da mãe.

Segundo Hendrikx, um biodesigner de 26 anos que estudou na Universidade Técnica de Delft, o Living Cocoon permitirá que “as pessoas se tornem um com a natureza novamente", podendo "enriquecer o solo em vez de poluí-lo”.

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O micélio, um "reciclador da natureza", é a parte vegetativa de um fungo colônia bacteriana, que consiste de uma massa de ramificação formada por um conjunto de hifas emaranhadas.

Cada Living Cocoon leva várias semanas para se formar à medida que a esteira de micélio cresce na forma de um caixão e depois seca naturalmente. Assim que é exposto ao solo úmido novamente, ele volta à vida e começa o processo de decomposição.

"O micélio está constantemente à procura de resíduos para converter em nutrientes para o ambiente. Faz o mesmo com substâncias tóxicas, incluindo óleo, plástico e metal. Por exemplo, micélio foi usado em Chernobyl, é utilizado em Roterdã para limpar o solo e alguns agricultores também o aplicam para tornar a terra saudável novamente", explicou Hendrikx.

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De acordo com o fundador da startup, a Loop está trabalhando com cientistas para medir o impacto dos corpos humanos na qualidade do solo, com o objetivo de “convencer os legisladores a converter áreas poluídas em florestas saudáveis – com nossos corpos como nutrientes”.

Em parceria com duas cooperativas funerárias em Haia, a startup fez 10 caixões a um custo de cerca de € 1.250 cada (cerca de R$ 7.800). Hendrikx espera que o preço caia significativamente à medida que a produção se intensifica e projeta que os caixões de micélio se tornem “um novo normal”.
Source: Rural

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