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(Foto: Gabriel Zapella/Arquivo Pessoal)

 

A notícia de que um morador de Jaraguá do Sul (SC) recebeu um pacote não solicitado de sementes chinesas gerou apreensão entre as autoridades sanitárias do país. Apesar da notoriedade, contudo, o caso não foi o primeiro no país.

De acordo com a coordenadora geral de fiscalização e certificação fitossanitária internacional do Ministério da Agricultura, Edilene Cambraia, o governo investiga outros quatro casos em diferentes Estados. “O primeiro caso informado foi no Rio Grande do Sul, na semana retrasada. Depois, houve um segundo caso em Santa Catarina e já tivemos relatos em Mato Grosso do Sul e Goiás”, explica Edilene.

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Diante do padrão dos envios, semelhante ao observado nos EUA, Canadá e Europa, o governo brasileiro avalia que as sementes tenham sido postadas ao mesmo tempo e estejam chegando agora ao país, com a possibilidade de novos casos até a próxima semana.

Por isso, o Ministério da Agricultura reforçou a fiscalização nos portos e na central dos Correios em Curitiba (PR), onde é feita a triagem dessas correspondências. Até o momento, quatro amostras, uma de cada Estado, estão sendo analisadas pela pasta, que espera concluir aperícia para avaliar se serão necessárias medidas adicionais, como abertura de investigações por Polícia Federal e Receita Federal.

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“Tanto nos EUA quanto no Canadá e na Europa não foi detectado nada de estranho. Não havia problema de praga, bioterrorismo ou algo mais preocupante. Como aqui os envios estão apresentando o mesmo padrão, a gente espera que siga o mesmo curso”, aponta Edilene.

Mesmo assim, diante do risco fitossanitário relacionado ao uso de material vegetal sem procedência comprovada, a orientação da pasta é de que, caso alguém receba uma carta com sementes não solicitadas e de origem desconhecida, leve o pacote para uma das unidades regionais do Ministério da Agricultura ou entre em contato por telefone relatando a situação.

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Ação de marketing

Desde julho, cidadãos dos Estados Unidos , Canadá e União Europeia têm recebido sementes com selo postal chinês sem terem solicitado qualquer encomenda do tipo. Nos EUA, o Departamento Nacional de Agricultura (USDA), identificou 14 espécies vegetais diferentes entre as sementes enviadas ao país.

Segundo Osama El-Lissy, administrador adjunto do serviço americano de inspeção sanitária animal e vegetal, os indícios são de que os envios façam parte de uma ação de marketing dos comerciantes chineses para impulsionar vendas online a partir da criação de pedidos falsos, tática chamada de “brushing” em inglês. “Não temos nenhuma evidência de que esses envios sejam algo além de um esquema de 'brushing'”, apontou El-Lissy em julho.

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Novos casos em SC

Em Santa Catarina, pelo menos cinco pessoas já notificaram o recebimento de sementes não solicitadas postadas a partir da China. Conforme o engenheiro agrônomo Alexandre Mees, gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola do Estado (Cidasc), o número de casos aumentou após o surgimento da primeira denúncia, no início desta semana.

“Desde a divulgação do primeiro caso, recebemos ligações de inúmeras pessoas, muitas para verificar se não era fake news, mas também alguns relatando que já haviam recebido correspondências semelhantes no passado e jogado fora”, observa Mees.

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Segundo ele, apesar das denúncias, esses materiais ainda não chegaram às autoridades estaduais para serem remetidos ao Ministério da Agricultura. “Não tem como notificar o remetente e puni-lo. O máximo que podemos fazer é notificar o país de onde ele foi postado”, relata Edilene.

Etiquetas falsas

Em nota, a embaixada chinesa no Brasil afirmou que os selos postais presentes nos envelopes com sementes recebidos por cidadãos brasileiros são falsos. “Após verificação com o China Post, essas etiquetas de endereço se revelaram falsas com layouts e informações errôneo”, afirma a representação diplomática.

Segundo a autoridade chinesa no Brasil, o serviço postal do país “segue estritamente as disposições da União Postal Universal (UPU) e proíbe o transporte de sementes pelos Correios”.
Source: Rural

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