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(Foto: Rogério Albuquerque/Ed. Globo)

 

A sequência de suspensões à compra de carne suína in natura e semi-processada da Alemanha, que registrou o primeiro caso de peste suína africana em um javali, na semana passada, pode abrir novas possibilidades para o mercado brasileiro.

O principal motivo é a China, um dos países que vetou a carne alemã. É que a decisão pode trazer reflexos positivos para quem já vende o produto ao país asiático. Afinal, a Alemanha detém em torno de 14% das importações chinesas, o que representa quase 300 mil toneladas apenas no período de janeiro a julho deste ano.

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“Isso pode acabar gerando efeitos nos demais exportadores, especialmente Estados Unidos, Canadá e Brasil. Provavelmente, a gente vai ser chamado, seja por tentativa de aumento de exportação de carne suína como também por substituição”, projeta Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Ele lembra, entretanto, que a China suspendeu as compras da Alemanha, mas não do restante do bloco europeu, que pode atender à demanda por outros países. Embora o volume comprado pela China da Alemanha seja grande, Santin salienta que a maioria das empresas brasileiras que vendem aos chineses já estão com sua capacidade bastante elevada.

“Então, não tem muito espaço para aumentar muito mais em termos de volume. Mas um fato desse no mercado interno serve para nós aumentarmos os cuidados de prevenção aqui no Brasil", observa o presidente da ABPA.

 

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Nesta segunda-feira (14/9), o Ministério da Agricultura anunciou a suspensão de compra de carne suína alemã, mas isso não afetará de forma significativa a indústria. Segundo Santin, o Brasil importa da Europa, basicamente, produtos processados e a suspensão é para carnes in natura ou semi-processadas, volume que correspondeu a cerca de três mil toneladas em 2019.

“A gente ainda não mediu, não viu os números específicos, mas a princípio isso tem um impacto pouco relevante. Essa importação é muito pequena para o consumidor ou para a indústria brasileira. Nada que seja base para a nossa indústria e, sim, uma alternativa aos consumidores de um produto diferenciado”, afirma o executivo, ressaltando que as compras podem ser feitas de outro país europeu, como a Espanha.

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Importação de sêmen

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Genética Suína (Abegs), Alexandre Rosa, destaca que, provavelmente, a importação de sêmen e reprodutores da Alemanha também será suspensa com a medida tomada pelo governo brasileiro, embora isso não cause impacto relevante para o mercado, já que o volume comprado do país é quase insignificante.

A entidade afirma não ter dados sobre o volume de importação de sêmen da Alemanha no ano passado. Mas observa que os principais fornecedores de genética suína do Brasil são Estados Unidos, Canadá, Holanda, Dinamarca e França, de onde só é importado sêmen congelado.
Source: Rural

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