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(Foto: Senasa/Divulgação)

 

O Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) avalia a utilização de radares meteorológicos para localizar cinco nuvens de gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata no país. A informação foi confirmada pelo coordenador do Programa de Controle de Gafanhotos e Tucuras do Senasa, Héctor Emilio Medina.

“Estamos trabalhando na Argentina com a detecção de nuvens através de radares meteorológicos, o que poderia ser uma ferramenta interessante. Existe um grupo na província de Córdoba trabalhando neste sentido para ver se com os radares meteorológicos que detectam granizo, por exemplo, é possível serem detectadas as nuvens de gafanhotos”, disse.

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A estratégia foi divulgada pelo porta-voz da agência governamental argentina em debate promovido na quinta-feira (10/9) pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), do Brasil, que também contou com a participação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.

Segundo Medina, outra medida que pode ser empregada é o uso de satélites para evitar a proliferação de ninfas decorrentes das nuvens. “A Argentina tem uma Comissão Nacional Aeroespacial que tem um segundo satélite em órbita. Temos trabalhado a respeito disso, tratando de mapas para solo, pensando na oviposição e o nascimento dos gafanhotos. Isso pode ser um sistema de alerta muito interessante”, avaliou.

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Para o engenheiro agrônomo do Senasa, o aproveitamento de tecnologias como drones é importante, mas limitada. “A utilização de drones é muito útil, mas a localização se dá com pouca luz. É preciso considerar que as nuvens são grandes, entre 30 km² a 40 km², mas quando descem em solo e pousam sobre o terreno reduzem suas dimensões. De 30 km², pode chegar a 3 km²”, explicou. “Por isso, as aplicações aéreas ocorrem em superfícies que não são tão grandes, na Argentina são cerca de 300 hectares", completou.

Segundo especialistas, uma nuvem pode conter mais de 400 milhões de insetos, com capacidade de deslocamento de 150 quilômetros em único dia – intensidade considerada rara.

 

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Baixo risco para o Brasil

Para Hector Medina, a probabilidade dos insetos da espécie Schistocerca cancellata, conhecida como gafanhoto sul-americano, chegarem ao Brasil e ao Uruguai, é baixa. Isso porque os técnicos argentinos já controlaram cinco das dez nuvens que estavam no país em agosto e os grupos remanescentes se encontram nas províncias de Córdoba, Túcuman e Salta, a distâncias acima de 600 quilômetros do território brasileiro.

"O risco baixou consideravelmente porque era mais alto na nuvem que foi controlada em Entre Ríos. As nuvens que estão do outro lado da Argentina têm um risco baixo de avanço para o Brasil e o Uruguai", disse Medina. “As províncias que estão na fronteira com Brasil e Uruguai mantêm as precauções. É preciso manter a vigilância e o estado de atenção, mas o risco não é o mesmo que inicialmente. Os últimos anos indicam que essas nuvens vão ficar nesses lugares (de remissão).”

Cinco das dez nuvens de gafanhotos na Argentina já foram controladas (Foto: Senasa/Divulgação)

 

De acordo com engenheiro-chefe do Senasa, os países devem prestar atenção sobre a proliferação de gafanhotos em áreas de origem da praga, como o Parque Nacional Kaa-Iya, na Bolívia, e no Parque Nacional Defensores Del Chaco, no Paraguai, região próxima ao Estado de Mato Grosso do Sul.

“É um lugar que acreditamos que os gafanhotos estão crescendo, fazendo novas populações e se desenvolvendo. Por isso, entendemos que essa zona possa representar algum risco no futuro”, avaliou.

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Por fim, Medina explicou que o perigo com os insetos da espécie Tropidacris collaris, conhecida no país vizinho como tucura quebrachera, é menor na comparação com o seu similar – a Argentina determinou o alerta fitossanitário em meados de agosto em decorrência de prejuízos nos plantios de soja, milho, algodão e sorgo.

“A diferença é que esse inseto pode formar grandes grupos e se movimentar, mas nunca terá a mesma quantidade do gafanhoto (sul-americano). Recentemente, registramos uma movimentação dos gafanhotos em até 140 quilômetros em um único dia, e isso não vai acontecer com a tucura”, finalizou.
Source: Rural

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