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Pesquisadora Gilda Mógor, da UFPR, destaca possibilidade factível da produção comercial do biofertilizante a partir da biomassa hidrolisada da alga (Foto: UFPR/Divulgação)

 

Um novo biofertilizante à base de algas, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), teve a patente expedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e é mais uma alternativa de insumo verde para a agricultura brasileira. 

A tecnologia foi obtida de aminoácidos livres da biomassa hidrolisada da microalga Arthrospira sp., de alto teor proteico, que estimula o processo de crescimento e desenvolvimento das plantas. A espécie é factível de ser cultivada em qualquer lugar do Brasil, possibilitando a produção da matéria-prima para biofertilizantes.

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“O produto não é um fertilizante clássico, pois não é essencialmente um fornecedor de nutrientes para as plantas. Para registro, se enquadraria na classe dos biofertilizantes, que são produtos caracterizados por seus efeitos bioativos, ou seja, estimulam nas plantas resposta de sinalização, e não de nutrição”, explica a pesquisadora Gilda Mógor, que faz pós-doutorado na UFPR e é a principal inventora da patente, que está disponível na Agência de Inovação da universidade para parcerias com empresas.

Os experimentos foram realizados no no Laboratório de Biofertilizantes e na área de Olericultura Orgânica da Fazenda Canguiri, estação da UFPR localizada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

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Segundo a pesquisadora, a alface foi a cultura utilizada nos testes experimentais, mas os resultados indicam potencial para uso em vários outros cultivos. Com isso, o pesquisa apresentou a possibilidade factível da produção comercial do biofertilizante a partir da biomassa hidrolisada da alga. 

A viabilidade de uso rápido da tecnologia pela sociedade é um dos fundamentos do Programa Patentes Verdes, disponível como serviço do instituto desde 2016, com foco na aceleração de processos que envolvem inovações com benefícios ao meio ambiente.

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Alga

A Arthrospira sp. é uma cianobactéria, grupo de bactérias de cor verde-azulada que faz fotossíntese liberando oxigênio na atmosfera. Elas se adaptam bem à vida no solo, em pântanos, em águas salobras ou doces. Essas microalgas também podem ser cultivadas em escala laboratorial.

A escolha pelas microalgas ocorreu depois de uma análise de compostos naturais bioativos com potencial de biofertilizante, que foi realizada em 2013 durante um estágio do professor Atila Mógor, também inventor da patente, como professor visitante na Universidade Széchenyi István Egyetem, na Hungria, por meio do Programa Estágio Sênior, da Capes.

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Os bioensaios foram realizados no Laboratório de Biofertilizantes da UFPR e serviram de fundamento para o trabalho que deu origem à patente verde.

“Os biofertilizantes, em geral, são obtidos de processos fermentativos ou fracionamento, como por exemplo, extratos de macroalgas coletadas dos oceanos. Um produto obtido de microalga traz uma forte característica de sustentabilidade, pois a produção de biomassa em fotobiorreatores, como biofábricas, mitigam os efeitos da emissão de gás carbônico”, destaca Gilda.
Source: Rural

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