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 (Foto: Steven Jackson/CCommons)

 

Embora as previsões sejam de aumento de mais de 12% na  área plantada de arroz no Brasil em 2020/2021 – o primeiro em dez anos -, o avanço da oferta nacional a partir de março do ano que vem, quando será colhida a safra que está sendo semeada neste mês, não deve ser suficiente para conter a expressiva valorização recente do grão.

"Os preços realmente não devem voltar tão cedo ao que víamos até o ano passado, próximo de R$ 40 a saca de 50 quilos, até mesmo pela questão da exportação forte  do dólar elevado", explica Gabriel Viana, analista da Safras & Mercado.

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De janeiro a junho deste ano, as exportações brasileiras de arroz somaram 982,9 mil toneladas, um crescimento de 67,3% ante igual período de 2019. Paralelamente, a cotação da saca de 50 quilos do produto no Rio Grande do Sul, principal Estado produtor, subiu mais de 124%, segundo acompanhamento do Cepea em parceria com o Senar-RS, vendido acima de R$ 100 pela primeira vez desde o início dos levantamentos, em 2005.

"Óbvio que, na colheita, talvez não tenhamos o mesmo preço que estamos observando hoje, de R$ 110 a saca, mas, certamente, caso se mantenha esse ritmo de mercado e a área projetada, a gente tem condições de experimentar preços acima de R$ 60 em março do ano que vem, quando será colhida a safra atual", aponta o diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Ivo Melo.

 

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A instituição tem orientado os produtores gaúchos a não aumentarem tanto a área nesta temporada e prevê o plantio de 969,2 mil hectares no Estado – aumento de 3% ante 2019, mas ainda no menor patamar desde 2006.

“O principal motivo que estamos justificando para o produtor não arriscar é que ele aprendeu que não adianta aumentar a área porque isso significa mais oferta e o mercado baixa”, explica Melo.

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Maior produtor do país, o Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional e, além da memória recente dos prejuízos sofridos em safras passadas, também passa por um cenário de escassez hídrica, o que também limita a capacidade de expandir a cultura após os preços recordes deste ano.

“Com dois verões consecutivos com chuvas abaixo da média e estiagem, estamos acreditando que o segundo maior motivo pelo qual o produtor não vai aumentar muito a área é porque ele está com dúvidas em relação às chuvas”, completa o diretor técnico do IRGA.

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Nacionalmente, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma produção de 12 milhões de toneladas em 2021, o que representará uma expansão de 7,2% em relação ao registrado neste ano.

Mesmo assim, os reduzidos estoques provocados pelo aumento da demanda nos primeiros meses do ano e pelo avanço das exportações deverão resultar em reservas mais apertadas no início da nova temporada, dando sustentação às cotações.

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“A gente já tem uma oferta reduzida. Com certeza vamos chegar na próxima safra com estoques quase zerados e com pressão da entressafra”, ressalta o analista da Safras & Mercado.

Para março de 2021, os produtores têm fechado contratos com entrega para março a valores entre R$ 60 e R$ 70 a saca –  mesmo intervalo registrado pelo indicador Cepea entre maio e agosto deste ano, quando o preço no produto ficou, em média, 13,6% mais caro no varejo paulista, cotado a R$ 3,65 o quilo, segundo o Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA).
Source: Rural

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