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Webinar tratou da construção de marcas no agronegócio (Foto: Reprodução)

 

A reputação de empresas do agronegócio melhorou durante a pandemia do coronavírus. No entanto, essa evolução ocorreu de forma tímida e foi menor do que em outros setores da economia. Por isso, há espaço – e oportunidades – para que as organizações ganhem importância na percepção da população brasileira, principalmente no combate à Covid-19.

A avaliação está em pesquisa da RepTrak, feita já durante a pandemia de Covid-19. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (26/8) em webinar para discutir a construção de marcas no agronegócio com participação da Great Place to Work (GPTW), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Entre janeiro e abril de 2020, a reputação de grupos do segmento agrícola registrou alta de 1 ponto, para 56,6 pontos, desempenho abaixo do esperado. Todos os setores da economia, por exemplo, apresentaram crescimento de 2,5 pontos, somando o total de 66 pontos. Ao mesmo tempo, só 8,4% das pessoas lembram de ações de empresas do agronegócio contra a pandemia.

Algumas empresas do agro, no entanto, foram mais lembradas durante a fase de isolamento social. Esse grupo se colocou com uma diferença de cerca de 20 pontos sobre as menos mencionadas. A média foi de 72,5 pontos, o que é considerado um desempenho positivo.

"Conseguimos identificar que essa reputação é importante porque a empresa consegue contar com um grau maior de apoio dos seus públicos. Esse apoio vem por meio da intenção de compra, da recomendação de uma marca sobre outra, indicação dos produtos e atração de talentos", afirmou o vice-presidente da RepTrak, Marcus Dias.

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Na avaliação do sócio-diretor da GPTW Brasil, Victor Garcia, as companhias que se preocupam com seus colaboradores e consumidores devem sentir os impactos da crise de forma mais amena. Por isso, segundo estudo da consultoria Gartner em 2017, 90% das organizações estavam trabalhando a experiência ao cliente naquele ano.

“Aquelas empresas que já tinham uma marca consolidada internamente com os seus colaboradores, certamente têm maior capacidade de sair da crise de uma maneira mais consolidada", disse. "A gente tem que se preocupar com as finanças, os processos e os produtos, sim. Mas quem faz gerar tudo isso são as pessoas."

Segundo o presidente do Comitê de Gente e Gestão da Abag, Cesar Braga, um desempenho abaixo do esperado na percepção da sociedade sobre empresas do agro pode estar relacionado à questões polêmicas, onde houve um mau entendimento, como o Código Florestal e o desmatamento – em que as companhias do setor têm cobrado ações mais incisivas do governo contra as queimadas na Amazônia e Pantanal.

Para o executivo da Abag, ainda não há, por parte das pessoas, a dimensão necessária da representatividade e importância do setor agrícola. "Existem segmentos que estão ligados diretamente às vidas das pessoas, como a área da saúde e serviços essenciais (supermercados e farmácia, por exemplo). E falta uma dimensão de como o agronegócio está no nosso dia, do momento em que a gente acorda, se alimenta e abastece os nossos automóveis", avaliou.

Dias, da Reptrak, entende que há oportunidades. "Quando as pessoas escolhem dar uma nota mais forte para as empresas depois do início dessa crise, significa que elas estão, sim, atribuindo maior responsabilidade para que isso seja resolvido", pontuou. "Daí a importância de construir uma base de stakeholders (comunidade interessada) de quem é esse setor, o que ele faz, o porquê e como as iniciativas são impactadas por determinadas medidas."
Source: Rural

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