Skip to main content

Considerada uma das fazendas mais sustentáveis do Brasil em premiação da Globo Rural, a Daterra vai converter quilos de café torrado e moído em florestas plantadas (Foto: Fernando Martinho/Ed. Globo)

 

Em 2015, a Fazenda Daterra, localizada na região do Cerrado Mineiro, levava o título de ‘Fazenda Sustentável’, em uma iniciativa da revista Globo Rural, que elegeu, naquele ano, as três propriedades mais sustentáveis do Brasil. Agora, na pandemia, a Daterra volta aos holofotes por outro motivo, tão nobre quanto o trabalho que já desenvolve em Minas Gerais: para cada quilo de café torrado e vendido durante a pandemia, uma árvore será plantada. A ação, entitulada Projeto Beanstalk, vai resultar em uma floresta de 20 hectares com pelo menos 37.307 árvores nativas plantadas.

A produtora rural Isabela Paschoal, que é diretora de sustentabilidade da Daterra, conta que o projeto foi inspirado na história “João e o Pé de Feijão”. Em inglês (a língua foi escolhida porque a Daterra é, tradicionalmente, uma empresa exportadora de cafés especiais), bean significa diversos grãos e sementes. “Beanstalk é o pé de feijão mágico”, disse. “Este período, embora necessário, foi muito difícil para as pequenas e médias empresas. Portanto, decidimos ajudá-las de uma maneira alinhada aos nossos valores”.

saiba mais

Daterra é a fazenda mais sustentável do Brasil

Fazenda Daterra Atividades Agrícola

 

No projeto Beanstalk, os torrefadores se comprometeram a reportar a quantidade de café Daterra vendido durante a campanha, que teve a duração de dois meses. A soma final foi, então, convertida no número de árvores que a companhia se comprometeu a plantar. No total, 40 torrefações de café ao redor do mundo participaram do programa. Três são brasileiras.

Gabriel Agrelli, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Daterra, contou que o projeto aproximou a fazenda, os torrefadores e os consumidores. “Foi a primeira vez que fizemos uma campanha voltada para o consumidor final. Nossa comunicação é geralmente b2b (empresa para empresa), mas queríamos mostrar que o poder de ajudar as pequenas empresas estavam nas mãos dos consumidores”, afirma. Ele também disse que a mensagem era incentivar também os apreciadores do café a comprarem o produto de empresas locais.

Floresta mineira

O número de árvores pode parecer grande, mas é pequeno se comparado ao que a Daterra já fez durante sua trajetória. Desde a fundação da fazenda em 1995, a empresa já plantou mais de 610 mil árvores nativas no Cerrado, transformando locais em áreas de reflorestamento ou bosque de animais silvestres. “Os bosques coexistem com as plantações de café. Por isso, fizemos vários deles na fazenda para que os animais selvagens vivam e se reproduzam. Afinal, nossa terra é a casa deles”, disse Isabela.

Quando a reportagem de Globo Rural visitou a fazenda Daterra, a equipe percorreu as lavouras utilizando bicicletas para evitar o trânsito entre as linhas, a compactação do solo e a emissão de gases na plantação.

saiba mais

Cafeicultor lança Fundação Bioterra para pesquisas sobre solos

O pai da lavoura

 

Atualmente, 53% das terras da Daterra são estritamente áreas de preservação ambiental e mais de 340 hectares já foram reflorestados, ou seja, 3,4 quilômetros quadrados de área foram recuperados.

De acordo com Isabela, a ideia é plantar 3 milhões de árvores no Brasil até o ano de 2030. Esta será a contribuição da fazenda para a meta mundial de reflorestamento traçada durante o Fórum Econômico Mundial. Na ocasião, especialistas comunicaram que a humanidade deverá plantar 1 trilhão de árvores na próxima década para combater as mudanças climáticas. "É um grande objetivo, mas iremos executá-lo em parceria com nossos clientes e a administração pública das cidades em torno de nossa fazenda", disse a cafeicultora.

Preservação do solo

O empresário Luis Norberto Pascoal, proprietário da fazenda, fundou em 2016, a Fundação Bioterra, uma área destinada a estudos práticos sobre a microbiologia de solos e os efeitos do manejo nas bactérias presentes do solo. A ideia surgiu após a Daterra receber o Prêmio Fazenda Sustentável de Globo Rural.

A Bioterra é uma área de 200 hectares destinada a todos os pesquisadores e cientistas que queiram colocar teses sobre microbiologia do solo em prática e contribuir, portanto, com a ciência brasileira. “É um espaço de estudos bem abaixo dos nossos pés”, disse. A Fundação conta com importantes parcerias com a Esalq (Escola Superior de Agricultura, Luiz de Queiroz), da USP e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

No mesmo ano, a Daterra Coffee alcançou o maior preço já pago por uma saca de café no mundo, em um leilão. As sacas de café do lote denominado Maria, em homenagem às mulheres catadoras, foi comercializado por US$ 58/libra.
Source: Rural

Leave a Reply