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Horta inteligente da Brota: feita material reciclado, com design minimalista (Foto: Divulgação/Brota)

 

Plantar temperos ou ter uma horta caseira é vontade de muitos moradores de centros urbanos, mas nem sempre é sinônimo de êxito. Pensando nisso, três jovens universitários oriundos da área de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fundaram a startup Brota, que diz ter criado "a primeira horta inteligente residencial do país".

A ideia é simples: com o sistema em mãos, basta inserir uma cápsula vendida pela empresa – que contém um “solo inteligente” preparado com as quantidades adequadas de nutrientes para a semente que se quer plantar -, colocar água no reservatório do sistema uma vez a cada 25 dias e, voilá, esperar a plantar crescer.

A equipe da Brota percebeu que a principal causa de morte de plantas dentro de casa relacionava-se com o fato delas não receberem a quantidade ideal de recursos necessários à sobrevivência. Logo, com a cápsula, a planta tem tudo o que precisa: nutrientes, capacidade de oxigenação e hidratação. Além disso, não demanda de uma pessoa para operar tudo isso.

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“Não há, por exemplo, uma tecnologia de inteligência artificial. É tudo tecnologia física e biológica. Desenvolvemos dessa forma para que a gente consiga simular um ambiente ideal para a semente dentro da cápsula”, afirma Rodrigo Farina, CEO da startup.

O jovem empreendedor explica que o equipamento é diferente dos que já existem no mercado, que, em sua maioria, são vasos autoirrigáveis. “Essa é uma tecnologia que permite a terra ficar molhada ou outra funcionalidade específica, mas não necessariamente garante que a planta vá viver. O que fazemos é diferente: vimos que a planta crescia mais rápido, mais saudável, durava mais tempo e crescia com mais vigor”, diz Farina.

Como funciona

 

 

Cápsula da Brota, que contém uma parte interior biológica e outra feita de plástico, que pode ser reaproveitada (Foto: Divulgação/Brota)

 

A cápsula é feita de duas partes: uma biológica, que contém a terra – chamada de solo inteligente – , e a outra plástica. Diferentemente das máquinas de café em geral, a parte plástica permanece dentro do sistema, sendo reaproveitada, em que troca-se somente a parte da terra.

No site da empresa, há 12 opções de cápsulas para compra, dentre verduras, temperos e chás, cujos preços vão de R$ 9 a R$ 14. Além das vendas digitais, a startup possui uma rede de biólogos que dão suporte e respondem dúvidas sobre as plantas, seja cliente da Brota ou não. “O produto foi desenvolvido baseado nas dores que as pessoas que queriam plantar em casa tinham”, explica Rodrigo.

A startup

Os três fundadores da Brota: Rodrigo Farina (C), Juan Correa (E) e Bruno Arouca (Foto: Divulgação/Brota)

 

A semente para a criação do produto nasceu de uma conversa franca com outro fundador da startup, Juan Correa, de 22 anos. Vegetariano há cerca de dois anos, o universitário queria se tornar cada vez mais independente do consumo externo de produtos, buscando uma rotina mais sustentável. Aos poucos, os amigos e criadores da empresa começaram a perceber que esse era um hábito que muitos brasileiros diziam ter ou que gostariam de ter.

Um estudo conduzido pela própria startup – realizado antes da pandemia de coronavírus adentrar no Brasil – chegou às conclusões que faltavam para o pontapé inicial da empresa. A pesquisa em sete capitais, com centenas de pessoas, mostrou que cerca de 74% dos entrevistados gostariam de ter uma horta em casa, mas não a cultivavam por razões diversas.

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Desse percentual, 72% das pessoas afirmaram não encontrar tempo na rotina; 69% disseram que não plantam por não terem conhecimento e 59% pela falta de espaço em casa.

Vendas

 

 

Horta inteligente Brota: startup já vendeu mais de 4 mil unidades do produto até agora (Foto: Divulgação/Brota)

 

A partir disso, protótipos foram modelados e o interesse só aumentou. Um crowdfunding foi feito para viabilizar o custeio da produção inicial e, em apenas oito dias, a meta de vendas da Brota foi atingida. Em 45 dias, a meta foi superada em 450% e mais de 2,6 mil unidades foram comercializadas.

A pandemia de Covid-19 fez aumentar o interesse dos brasileiros por hortas urbanas e jardinagem, o que, de acordo com Rodrigo Farina, também fez crescer a procura pela Brota. “Mas eu diria que é um pouco mais complexo do que isso. A pandemia não fez aumentar uma demanda de mercado pela agricultura urbana, só fez antecipar essa demanda”, avalia o CEO da startup.

Com o sucesso de vendas, os jovens empreendedores estão de olho em outras lacunas de mercado. “Já estão em desenvolvimento novos produtos que permitam mais robustez no plantio, como fortificar raízes e plantar frutas dentro de casa utilizando nossa tecnologia”, garante Rodrigo Farina.

O aumento na procura por hortas urbanas na pandemia é uma antecipação de um próximo passo que já ia acontecer. Não foi uma coisa que surgiu por causa da pandemia

Rodrigo Farina, CEO da Brota

Tendo em vista as novas tecnologias incorporadas ao campo e aos processos de cultivo, o universitário e CEO afirma que a Brota não se limita a ser uma empresa de hortas, mas de agricultura e sustentabilidade urbana.

“Nosso objetivo é liderar essa mudança que o mundo está passando e mudar a forma como consumimos esses alimentos. Queremos que as pessoas tenham possibilidade de consumir produtos de forma mais saudável, mais tecnológica, independente, de forma acessível e democrática”, assegura.
Source: Rural

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