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Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) (Foto: Rogério Albuquerque)

 

As autoridades brasileiras devem se aproximar da China e detalhar todos os cuidados sanitários adotados no processo de produção de carnes pelos frigoríficos brasileiros durante a pandemia do coronavírus. A afirmação foi feita, nesta terça-feira (18/8) pelo presidente da Câmara de Comércio Internacional Brasil-China (CCIBC), Charles Tang.

“Os frigoríficos brasileiros e o Ministério da Agricultura podem demonstrar para a China o que eu vi pessoalmente, o extremo cuidado dentro dos frigoríficos e abatedouros e mostrar que não existem problemas que possam atrapalhar esse comércio”, afirmou Tang, em entrevista no quadro CBN Agronegócios, no CBN, com Carlos Alberto Sadenberg, Cassia Godoy e o editor-chefe da Revista Globo Rural, Cassiano Ribeiro.

Na semana passada, o governo da província de Shenzhen, na China, informou ter encontrado amostras da Covid-19 em asas de frango congeladas exportadas pelo Brasil. O lote saiu de um frigorífico da Aurora em Xaxim (SC). Após o incidente, o governo de Hong Kong suspendeu as compras de carne da mesma planta industrial.

“A China leva a pandemia muito a sério e, por isso, ela conseguiu em quatro meses controlar a pandemia que estava afetando 66 milhões de pessoas em Wuhan e seu entorno. Ela quer ter certeza absoluta que não haja novos focos de coronavírus”, disse. "O frigorífico Aurora é um grande nome. Eu tenho certeza que eles têm o controle total na parte sanitária na sua planta”, completou Tang.

Diversificação

Para o presidente da CCIBC, as habilitações recentes de frigoríficos de outros países, a exemplo da Argentina, significa uma maior diversificação das compras chinesas. Charles Tang ponderou, no entanto, que há o interesse mútuo entre Brasil e China na manutenção das relações comerciais bilaterais.

“O Brasil é um parceiro confiável para a China. Nunca vai suspender, de um momento para o outro ou taxar a China de maneira injusta, como fez o governo Trump nos Estados Unidos. Mas o Brasil sempre importou produtos agrícolas de todo mundo, como a Argentina é um parceiro comercial de longa data (para a China)”, ressaltou.

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Na avaliação de Charles Tang, as manifestações críticas à China feitas recentemente por autoridades brasileiras fazem parte do passado. São indicentes que “já foram superados”, de acordo com o presidente da Câmara Brasil-China.

“A visita do presidente Jair Bolsonaro à China foi muito importante porque ele viu que não era do jeito que ele imaginava. E tanto é, que da maneira dele, ele elogiou a China e tirou a exigência de vistos para os chineses. Logicamente, a China prefere ser chamada de uma economia de mercado socialista, mas é uma economia de mercado”, prosseguiu.

Ele disse ainda acreditar que uma eventual eleição do democrata Joe Biden na disputa presidencial dos Estados Unidos, marcada para novembro, deve amenizar o confronto entre os americanos e a China. “Se o Biden for eleito em 3 de novembro, essas pessoas extremistas vão ficar sem pai nem mãe. Com o Biden, a disputa volta a ser de competição e deixa de ser um confronto”, completou.
Source: Rural

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