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Maior redução de preços de hortaliças no atacado foi registrada em Belo Horizonte (Foto: Wendy Schotsmans/CCommons)

 

Mesmo com o aumento do consumo, diante da flexibilização do isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, a maior oferta de hortaliças, característica do segundo semestre, levou a uma redução dos preços em julho, segundo o 8º Boletim do Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), publicado nesta terça-feira (18/8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Todos os produtos do segmento de hortaliças analisados pela autarquia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentaram tendência de queda no mês passado nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas). A maior redução ocorreu em Belo Horizonte (-45,68%) e a menor em Recife (-30,17%).

Segundo os analistas, os preços foram pressionados para baixo devido à grande oferta de produtos, culminando num afluxo aos mercados atacadistas, além da continuidade das medidas de combate ao coronavírus, embora a tendência seja de normalizaçao do mercado.

O volume de exportação de frutas fechou o mês de julho em 468 mil toneladas, 0,87% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, mantendo a estabilidade, impulsionada principalmente pelo limão, lima, banana, nozes, castanhas e laranjas. Houve queda nos volumes das vendas externas de melão e manga.

Preços

O tomate registrou queda de preços em todos os mercados, o que vem ocorrendo desde abril. Com a demanda ainda retraída, algumas Ceasas apresentaram baixas significativas, como em Goiânia (-38,06%), Fortaleza (-38,15%) e Vitória (-22,88%).

A cebola teve uma forte diminuição nos preços até mesmo para julho, depois de apresentar queda na maioria das capitais analisadas, exceto em Fortaleza (CE). As maiores reduções de preço da hortaliça ocorreram sobretudo no Distrito Federal (-16,76%), seguido de Belo Horizonte (-15,85%) e Goiânia (-13%).

A alface só não teve preços reduzidos na ceasa de Curitiba e na Ceagesp (SP), sendo São Paulo influenciada pela queda da oferta devido à redução da área plantada. Já nas capitais Horizonte, Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro, os volumes comercializados aumentaram em relação a junho e a julho do ano passado. O menor preço ocorreu em Recife (-34,76%), Vitória (-16,31 %) e Rio de Janeiro (-15,99%).

As folhosas foram o setor mais impactado com o isolamento social, como a alface, que sofreu reduções significativas nos meses de março, abril e maio – primeiros meses da pandemia, mas desde junho tem apresentado uma recuperação.

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Já a cenoura teve uma queda nos preços maiores em Fortaleza (-43,29%), seguida de Goiânia (-21%) e Vitória (-21,80%), motivada pela sobreposição de duas safras em julho, embora com menor intensidade do que os registrados em junho. Destaque para Minas Gerais, maior centro abastecedor de cenoura do país, que teve aumento de oferta de 4,5% em relação ao mês anterior.

No caso da batata, os preços variaram em queda entre -30% a -46% em virtude da intensificação da safra das secas e maior oferta, mas com demanda ainda retraída em relação aos anos anteriores. Em julho, a rentabilidade dos produtores foi positiva, com exceção para o Sul do país, que sofreu alguns prejuízos provocados pelas condições climáticas adversas.

Frutas

Os preços do mamão formosa melhoraram em parte, sobretudo no varejo, graças à boa qualidade de vários lotes e do preço mais baixo em comparação com o tipo papaya. Na primeira quinzena de julho, os preços do papaya aumentaram em decorrência da menor oferta provocada pelo clima mais frio, que retardou o amadurecimento. As exportações tiveram uma redução de 5% até julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 24,26 mil toneladas. No entanto, em relação a junho/20, as vendas externas da fruta foram 10% maiores, somando 3.255 toneladas.

No caso das bananas, houve aumento de preços da variedade nanica, com o fim da safra nas principais regiões produtoras e as intempéries climáticas no Sul. A prata também teve queda dos preócs em fubnçao da elevação da oferta em MG, BA e ES. As exportações cresceram 17% até julho (60,8 mil toneladas) em comparação com o mesmo período de 2019.

A produção da safra atual de laranja menor e mais atrasada do que nos anos anteriores está sendo bastante absorvida pela indústria de processamento (sucos), especialmente das laranjas precoces. As exportações até julho deste ano somaram 1.650 toneladas, 50% maior do que o mesmo perído do ano passado.

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A maçã manteve o controle da oferta em julho com uso de câmaras frias, influenciando na alta de preços nos centros de abastecimento, seja das maçãs graúdas ou miúdas, tanto da variedade gala ou fuji, provenientes do RS e SC.

A melancia teve oferta reduzida nas diversas regiões fornecedoras dessa época do ano, em especial Uruana/Ceres (GO) e nas praças do estado do Tocantins que começaram a colheita lentamente, com menor número de lavouras. A colheita mais lenta na segunda quinzena do mês, com previsão de redução de atividades e área plantada. O resultado foi o aumento das cotações nas Ceasas, com preços que variaram entre 6% (RJ) e 58% (Ceagesp/ETSP).
Source: Rural

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