Skip to main content

(Foto: Governo de Córdoba/Divulgação)

 

As mudanças climáticas recentes devem influenciar para que a formação de nuvens de gafanhotos ocorra com maior frequência nos países da América do Sul, segundo Marcos Lhano, doutor em ciências biológicas pela Universidad de La República (Uruguai) e atualmente entomologista na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

“Com a influência das mudança climáticas, como temperaturas mais altas por conta do aquecimento global e a seca proporcionada pelo desmatamento crescente, essas nuvens tendem a acontecer com uma maior frequência. Talvez tenhamos gafanhotos todos os anos, e não mais a cada dois ou três anos”, afirmou Lhano em webinar transmitido nesta terça-feira (11/8) pelo movimento "Nós somos a Ciência".

saiba mais

Segunda onda pode trazer gafanhotos ao Brasil como há 74 anos, alertam especialistas

 

Segundo o entomologista, são 875 espécies de gafanhotos na região, sendo que apenas duas delas, a Schistocerca cancellata – que está na Argentina – e a Schistocerca eutropidacris, têm a capacidade de formar nuvens na sua fase gregária.

Para Lhano, o controle biológico é o mais barato e eficaz no combate aos gafanhotos. Além disso, esse processo importante porque mantém as populações baixas, e a presença do inseto em menor escala é influente no controle biológico de outras pragas presentes na agricultura.

Novo vídeo mostra avanço de nuvem na Argentina

 

"Muitas vezes, como eles estão se alimentando de plantas, acabam ajudando com que elas se higienizem. E o gafanhoto, quando se alimenta, defeca muito. Então, também contribui com o solo (como adubo natural)", disse.

Ele lembrou que as fêmeas podem colocar entre 80 a 120 ovos a cada oviposição e que esse processo pode se repetir entre seis a dez vezes durante a vida do gafanhoto, com cerca de quatro meses. “Ela pode chegar a colocar mais de mil ovos ao longo da vida”, explicou.

saiba mais

Causa, rota e riscos: tudo o que você precisa saber sobre a nuvem de gafanhotos

 

Nuvens na Argentina

Na Argentina, as autoridades fitossanitárias ainda tentam localizar as seis nuvens da praga presentes no país, que estão em constante deslocamento nas províncias de Chaco, Salta e Santiago del Estero, onde um dos grupos estaria na divisa com Córdoba.

A dificuldade das autoridades do país vizinho acontece porque o calor intenso desde a última semana tem propiciado movimentos em grandes distâncias – a temperatura acima de 20ºC favorece o deslocamento do gafanhoto.

saiba mais

Calor intenso dificulta localização de seis nuvens de gafanhotos na Argentina

 

Nesta terça-feira (11/8), Hector Emilio Medina, engenheiro agrônomo do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), informou que uma das nuvens estaria em Embarcación, município da província de Salta próximo ao Rio Bermejo e à fronteira com o Paraguai.
Source: Rural

Leave a Reply