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(Foto: Divulgação)

 

O número de produtores de cachaça e aguardente diminuiu 22,26% em 2019, na comparação com 2018. É o que mostra o estudo A cachaça no Brasil – dados de registro de cachaças e aguardentes, publicado pelo Ministério da Agricultura.

O levantamento revela que, em 2018, havia 1.397 produtores registrados no ministério e que, em 2019, o número de estabelecimentos com registros válidos foi de 1.086. Desse total, 165 produtores fabricam as duas bebidas, 192 produzem só aguardente e 729, apenas cachaça.

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"Esse recuo no número de produtores registrados deveu-se, em grande parte, à redução do número de fabricantes de aguardente, que sofreu decréscimo de 41,57% quando comparado ao ano anterior, enquanto a redução do número de produtores de cachaça foi de apenas 5,99% no mesmo período", diz o levantamento.

Esta é a segunda vez que o ministério publica um retrato do setor. Para comercializar aguardente e cachaça no Brasil, é obrigatório o registro na pasta, tanto do estabelecimento produtor, estandardizador e engarrafador quanto dos produtos. 

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O ministério reconhece como cachaça, a bebida feita a partir do mosto (líquido) fermentado do caldo da cana-de-açúcar, com composição alcoólica que pode variar entre 38% e 48%. A aguardente pode ser também um destilado alcoólico simples, mas com com posição alcoólica entre 38% e 54%.

Entre outros pontos, o estudo constatou que houve aumento de 9,73% na quantidade de marcas de produtos classificados como cachaça, que saltou de 3.648, no ano de 2018, para 4.003, em 2019. No entanto, mostrou também que caiu 62,35% na quantidade de marcas de produtos classificados como aguardente, de 1.862 para 701.

(Foto: Divulgação/ Teaser Filme Brasil)

 

 

De acordo com o ministério, entre outros motivos, a redução deve-se ao fato de que muitos estabelecimentos estão com apenas um registro de produto, apesar de reconhecidamente produzirem mais de um tipo, seja com graduação alcoólica diferente, uso de diferentes madeiras, blends ou com envelhecimentos distintos.

"Esse fato contribuiu para uma diminuição de 14,63% no número desses produtos, quando comparamos o total de marcas nos dois anos", aponta o levantamento.

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Produção

Bebida genuinamente nacional, a produção de aguardente e de cachaça no país está presente em quase todos os Estados, à exceção do Amapá, Amazonas e de Roraima. A maior parte se concentra no Sudeste. Segundo o estudo, a cachaça é produzida em 582 municípios, o que representa 10,45% do total de municípios, contando também com o Distrito Federal.

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Somados, Minas Gerais (375), São Paulo (126), Espírito Santo (62) e Rio de Janeiro (59) concentram cerca de 70% dos produtores registrados no país, com 622 estabelecimentos. 

Em seguida, vem a região Nordeste, com 129 estabelecimentos (14,4% do total), com destaque para Paraíba (33), Bahia (23), Ceará e Pernambuco, com 20 produtores cada. Os demais ficam no Sul (11,3%), Centro-Oeste (3,7%) e Norte (1%).

(Foto: Confraria Paulista da Cachaça/Divulgação)

 

Aguardente

 

Segundo o estudo, a produção de aguardente ocorre em 248 municípios, incluindo o Distrito Federal, representando 4,45% do total. A maior representatividade é do Sudeste, com 134 municípios, seguido de Sul (55), Nordeste (46), Centro-Oeste (8) e Norte (5).

Na produção de aguardente, o destaque também é Minas Gerais, com 81 produtores. Em seguida, vem São Paulo (75), Santa Catarina (36), Rio Grande do Sul (30), Espírito Santo (24), Ceará (21), Pernambuco (18), Paraná (16), Rio de Janeiro (12) e Bahia (12).

"O Estado que mais perdeu posições em relação ao ano anterior foi o Ceará, que ocupava a segunda posição em 2018 e caiu para sexto. O que mais se destacou foi Santa Catarina, passando da oitava para a terceira posição", diz o estudo.

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Perdas com a pandemia

Estudo da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International estima que a pandemia de Covid-19 reduzirá em 21,7% as vendas do setor da cachaça no Brasil, incluindo negócios em supermercados, bares e restaurantes. Antes da crise, a previsão era crescer 1,5%.

À Agência Brasil, o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, admitiu que o cenário pode ser ainda pior diante da ampliação do período de quarentena e das perspectivas negativas para a economia do país.

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Outras empresas de pesquisa de mercado colocam que o consumo de bebidas alcoólicas no mundo deve cair cerca de 12% em 2020 e que uma retomada aos patamares anteriores só ocorrerá em 2024.

Pesquisa do Ibrac estima que mais de 65% das empresas tiveram redução superior a 50% das vendas. “Tudo depende do porte da empresa, do canal que a empresa tinha como seu principal canal de vendas. Empresas que focavam muito a venda em bares e restaurantes tiveram que procurar outros pontos, como supermercados e atacadistas”, afirma Lima.

O setor da cachaça respondia pela geração de 600 mil empregos diretos e indiretos. A pandemia fez este número cair, segundo o Ibrac, mas ainda não há um dado preciso. No país, são 951 produtores de cachaça e 611 de aguardente registrados no Ministério da Agricultura.
Source: Rural

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