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(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

O preço do leite ao produtor em julho, referente à captação de junho, atingiu R$ 1,7573 por litro, na "Média Brasil" líquida medida pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (29/7).

O valor é 16,1% maior em relação ao mês anterior e 25% superior ao mesmo período do ano passado. Além disso, é o maior em julho e o segundo mais alto de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2004, atrás apenas da média de agosto de 2016 (R$ 1,7751/litro).

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A elevação nos preços se deve à maior competição entre as indústrias de laticínios para garantir a compra de matéria-prima em junho. A concorrência acirrada, por sua vez, esteve atrelada à necessidade de se refazer estoques de derivados, apontou o centro.

Tipicamente, as indústrias empenham esforços nessa direção antes de abril, prevendo que a captação caia nos meses posteriores. Contudo, neste ano, as perspectivas negativas sobre o consumo nos médio e longo prazos diante da pandemia de Covid-19 aumentaram o nível de incerteza em abril e diminuíram os investimentos das indústrias em estoques.

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Com a reação no consumo, as vendas de lácteos se fortaleceram em maio e junho, reduzindo ainda mais os estoques. Diante disso, houve alta no preço de derivados em junho: de 17,7% no caso do UHT, de 23% para a muçarela e de 10,9% no leite em pó.

No campo, a oferta restrita em junho resultou em disparada no valor do leite spot. Na média de junho, o preço em Minas Gerais ficou 45% acima do de maio, em termos nominais, chegando a R$ 2,28 por litro.

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O Cepea também apontou um aumento na captação de leite, apesar da típica baixa disponibilidade de pastagens. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) subiu 4,5% frente a maio na “Média Brasil”, puxado pelos aumentos de 10% no volume captado no Rio Grande do Sul, de 7% em Santa Catarina e de 7,4% no Paraná.

A maior captação no sul do país é, segundo o Cepea, resultado das melhores condições climáticas e também da ampliação do fornecimento de concentrado e silagem, estimulados pelos elevados patamares de preços do leite.

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Quanto ao custo de produção, o Cepea apontou um aumento comparado ao ano anterior. Com o recuo nas cotações do milho em junho, o produtor registrou melhor relação de troca neste ano frente ao cereal, sendo necessários 35,2 litros de leite para a aquisição de uma saca de 60 kg de milho.

Entretanto, em junho de 2019, eram necessários 24,9 litros por saca de 60 kg. Dessa forma, de acordo com os pesquisadores, o poder de compra do produtor de leite diminuiu quase 30% na comparação anual.
Source: Rural

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