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(Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo)

 

A produção de grãos do Brasil deve aumentar 27% na próxima década. A estimativa está no estudo Projeções do Agronegócio – 2019/20 a 2029/30, feito por Ministério da Agricultura, Embrapa e Universidade de Brasília (UnB) e atualizado anualmente com base em informações entre 1994 até maio deste ano.

O relatório, divulgado nesta terça-feira (28/7), quando o Ministério da Agricultura completa 160 anos, aponta que a agropecuária brasileira tem um cenário promissor para os próximos dez anos, apesar dos efeitos da Covid-19. 

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"A pandemia, entretanto, não afetou a safra de grãos e a produção e distribuição de carnes bovina, suína e de aves", ressalta, em comunicado, José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política da Informação do ministério e um dos coordenadores das projeções.

Na estimativa para a próxima década, o Brasil vai saltar dos atuais 250,9 milhões de toneladas em 2019/20 para 318,3 milhões de toneladas, incremento de 27% à produção nacional. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos.

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A área plantada deve subir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares em 2029/30, alta de 16,7%. Levando-se em consideração a área total cultivada com as lavouras, incluindo grãos, cana de açúcar, cacau, café, laranja, frutas e mandioca, o país deve passar de 77,7 milhões de hectares (2019/20) para 88,2 milhões (2029/30), alta de 13,5%.

A necessidade adicional de áreas, aponta o estudo, pode ser atendida por meio da substituição de culturas, redução de pastagens e sistema de plantio direto. Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.

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As projeções também indicam tendência de redução de área de pastagem nos próximos anos. O estudo projeta, ainda, um crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) de 2,93% ao ano, até 2030. Este valor é resultado da análise das tendências na redução de mão de obra ocupada, redução da área plantada devido aos ganhos de produtividade da terra e aumento do uso de capital.

"A área plantada de grãos vai aumentar 16,7% e a produção deve aumentar 27%. Isso significa que o crescimento vai se dar pelos ganhos de produtividade. Mesmo nas áreas de fronteira, a produtividade vai puxar o crescimento, não a área. Mesmo quando usamos um indicador mais completo para a produtividade, a taxa prevista é elevada", comenta Gasques.

(Foto: Roberto Seba/Ed. Globo)

 

Carnes

 

A produção brasileira de carnes (bovina, suína e aves), entre 2019/20 e 2029/30, deverá aumentar em 6,7 milhões de toneladas. O volume total das carnes passará dos atuais 28,2 milhões de toneladas para quase 34,9 milhões de toneladas, o que significa um acréscimo de 23,8% na produção brasileira, com destaques para as carnes suína e de frango.

A tendência, segundo a pesquisa, é de um salto de 14,1 milhões de toneladas para 18,1 milhões de toneladas de frango na produção para a próxima década. Já a carne suína deve sair de 4,1 milhões de toneladas para 5,2 milhões de toneladas, enquanto a carne bovina deve passar de 9,8 milhões de toneladas para 11,4 milhões de toneladas.

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Comércio exterior

 

No contexto internacional, o Brasil deve continuar, junto com os Estados Unidos, como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos. Nas carnes, haverá forte pressão do mercado internacional, especialmente de carne bovina e suína, embora o país siga liderando o mercado internacional do frango.

O Brasil deverá participar com quase 52% das exportações mundiais de soja, 35,3% da carne de frango, 23,2% das exportações de milho, 22,7% do algodão e 9,7% das exportações de carne suína, de acordo com o estudo.

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Entre os produtos com destaque no aumento das exportações na próxima década estão o açúcar, que passará de 15,98 milhões de toneladas em 2019/20 para 25,23 milhões de toneladas em 2029/30 (alta de 57,9%) e o algodão, com aumento de 41,6%.

A exportação de milho deve passar de 34,5 milhões de toneladas para 44,5 milhões no período, alta de 29,1%. Já a carne de frango deverá ter um incremento de 34,3% nas exportações e a carne suína, de 36,8%. As frutas também têm destaque, com aumento nas exportações de manga (57,6%), melão (47,6%) e maçã (43,4%).
Source: Rural

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