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(Foto: Senasa/Divulgação)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O surgimento de uma terceira nuvem de gafanhotos, a segunda na Argentina, foi confirmado pelas autoridades fitossanitárias do país. A revelação aumenta o estado de atenção em entomologistas e autoridades brasileiras quanto à possibilidade de novas ondas do inseto na região durante os próximos meses.

De acordo com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), a nova nuvem saiu do Paraguai e foi detectada na cidade de Guadalcázar, na província de Formosa.

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Engenheiro agrônomo da agência governamental responsável pelo programa de combate à praga, Hector Emilio Medina ressaltou a importância do monitoramento para conter a propagação do inseto. "Por isso, é importante a vigilância permanente, com ênfase no monitoramento. Essa nuvem não estava no radar e foi detectada pelo Senasa", disse.

Conforme Medina, não se trata dos mesmos gafanhotos reportados pelo Paraguai na última semana no departamento de Boquerón, área próxima ao Parque Nacional Defensores del Chaco. Embora autoridades brasileiras ainda aguardem novas informações, o deslocamento do novo grupo levanta possibilidades sobre mais focos na região.

Região próxima à fronteira com o RS é considerada como "perigo" por autoridades argentinas (Foto: Reprodução)

 

Se continuar esse calor nos próximos meses, podemos ter mais gafanhotos surgindo e a sua migração para outros locais

Clérison Perini, doutorando e professor colaborador da UFSM

 

“Essas nuvens provavelmente tem uma área de cria no Chaco, entre o Paraguai e a Bolívia. Uma opção é que essas nuvens são novas e, com a evolução do gafanhoto jovem para a fase adulta, eles estejam saindo da região em busca de comida e acabam evoluindo para a fase gregária”, afirma Clérison Perini, doutorando e professor colaborador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul.

Para Juliano Ritter, um dos fiscais agropecuários da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS (Seapdr) que atua na região da fronteira oeste, será necessário um acompanhamento de longo prazo no trajeto onde se deslocaram os insetos adultos. "Esses insetos se movimentam e fazem novas posturas que geram novos gafanhotos", afirmou.

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Esse entendimento de monitoramento nos próximos meses vai ao encontro da proposta da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura de enviar técnicos brasileiros para acompanhar in loco os trabalhos na Argentina e ganhar experiência de campo com as equipes do país vizinho, o que ainda está em discussão por conta da pandemia do coronavírus.

Nuvem perto do Brasil

 

Na manhã desta terça-feira (21/7), a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul afirmou que a nuvem de gafanhotos argentina se deslocou da província de Corrientes para Entre Ríos, entre as cidades de Curuzú Cuatiá e San José de Feliciano, ficando a 112 quilômetros de Barra do Quaraí (RS) – a menor distância com a fronteira brasileira desde o fim de maio.

Com base em dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Ministério da Agricultura afirma que "os ventos na região se manterão na direção Norte-Sul nos próximos dias, indicando uma provável direção da nuvem ao Uruguai", de onde mantém distância de 100 quilômetros.

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Segundo Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, as altas temperaturas no Rio Grande do Sul desde a última semana são propícias para novos movimentos do inseto. Mesmo assim, não é possível dizer quando e se a praga entrará no Brasil. “Temos 11 técnicos na região da fronteira e estamos preparados caso essa incidência ocorra”, disse.

Na segunda-feira (20/7), membros da Secretaria da Agricultura do governo gaúcho realizaram uma reunião por videoconferência com o governo federal para discutir as questões administrativas da emergência fitossanitária.

Mais tarde, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) foi contatado pela Secretaria da Agricultura gaúcha para mapear a quantidade de aeronaves disponíveis por região, para uma eventual ação contra os gafanhotos. O RS tem uma frota de 426 aeronaves, das quais pelo menos 70 estariam prontas para sobrevoar as áreas fronteiriças do oeste e sul do Estado.

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Calor permanece

Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, o clima deve continuar mais quente no Rio Grande do Sul até a próxima sexta-feira (24/7), quando tem início um novo período de chuvas. Na manhã desta terça (21/7), Barra do Quaraí e Uruguaiana, cidades na fronteira, marcavam em torno de 17°C.

Para a próxima semana, a expectativa é de uma nova frente fria a partir da quarta-feira (29/7), com possibilidade de geada. Nesse sentido, o prognóstico é que a temperatura fique entre 5°C e 22ºC no Estado.
Source: Rural

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