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Imagem do Brasil por conta da situação da Amazônia deve ser melhorada, na visão de lideranças empresariais (Foto: Globo Rural)

 

Em videoconferência nesta sexta-feira (10/7), o vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, conversou com dez representantes dos setores industrial, agrícola e de serviços para discutir a condução das pautas de meio ambiente e sustentabilidade em meio aos número progressivos de desmatamento no Brasil. 

O encontro é consequência de uma carta assinada por mais de 40 empresas e entidades para reafirmar o compromisso público com a agenda do desenvolvimento sustentável e exigir o fim do desmatamento ilegal e de ações como a grilagem e as queimadas.

Tanto o manifesto quanto a videoconferência foram articulados pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A presidente da entidade, Marina Grossi, afirma que é imprescindível que o governo reverta a atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais, principalmente na Amazônia.

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Ao cobrar ações efetivas, Marina afirmou estar disposta a trabalhar em conjunto com o Conselho da Amazônia. Disse ainda que o vice-presidente se mostrou disposto a estipular metas semestrais para o combate ao desmatamento, assumindo que má gestão do bioma é de responsabilidade do governo.

“Ele [Hamilton Mourão] assumiu 100% como uma questão de Estado o desmatamento ilegal e a regularização fundiária. Ele disse que não poderia prometer uma meta, mas depois de realizar alguns estudos ele se comprometeria com metas e quer acompanhá-las semestralmente”, contou Marina em entrevista a jornalistas.

Também participaram da videoconferência, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), e as empresas Natura, Suzano, Shell, Cargill, Marfrig, Itaú e Vale. Além de Hamilton Mourão, por parte do governo federal, Marina Grossi afirmou que também esteve presente o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Produzir sem desmatar

Os representantes do agronegócio demonstraram preocupação com a reputação do setor e do Brasil, de acordo com a presidente do CEBDS. Ela relatou que é unânime a convicção de que não é preciso avançar na Amazônia para produzir mais. Ao contrário, as empresas se mostraram dispostas a preservar e adotar a rastreabilidade para comprovar a origem sustentável da produção.

“O agronegócio claramente sinalizou que preserva e que o desmatamento ilegal atrapalha a atividade. Se arranhar essa imagem, essa narrativa de preservar e produzir, você torna o país menos competitivo. Para todos os que estavam lá, uma economia de baixo carbono, que preserva o meio ambiente, é um fator competitivo”, afirmou.

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Na última quarta-feira (8/7), durante apresentação do relatório de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Cesar Halum, reforçou que o Brasil já tem números elevados de produtividade e que isso deve continuar crescendo devido ao nível de tecnificação do produtor rural, não ao desmatamento.

“Temos duas safras por ano, podemos ter uma terceira", lembrou. "Isso mostra que não há nenhuma pressão em cima de desmatamento, prova mais ainda que o Brasil, e isso a ministra Tereza Cristina tem dito com frequência, não tem nenhuma necessidade de utilizar a Amazônia para aumentar sua produtividade ou aumentar nossa safra”, acrescentou.
Source: Rural

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