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Na visão dos pesquisadores, a exploração da vida selvagem e a destruição de ecossistemas pode estimular a propagação de doenças zoonóticas, como a Covid-19, em humanos (Foto: iStock/Getty Images)

 

O mundo está tratando os efeitos da pandemia de coronavírus sobre a saúde e a economia, mas é preciso um olharmais atento às causas ambientais de problemas como o atual, dizem os autores do relatório “Prevenir a Próxima Pandemia – Doenças Zoonóticas e Como Quebrar a Cadeia de Transmissão”, do Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente (PNUMA) e do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (ILRI, sigla em inglês), divulgado na segunda-feira (6/7). Por conta disso, nos próximos anos, um fluxo constante de doenças como a Covid-19 pode pular de animais para seres humanos.

Antes do novo coronavírus, cerca de 2 milhões de pessoas morriam em consequência de doenças zoonóticas todos os anos, a maioria em países pobres. Segundo os especialistas, a pandemia atual era altamente previsível. “Covid-19 pode ser a pior, mais não é a primeira”, disse o chefe do Meio Ambiente da ONU, Inger Andersen.

Segundo o documento, estudos científicos de todo o mundo apontam sete prováveis fatores mediados pelo homem que estão impulsionando o surgimento de doenças zoonóticas como a Covid-19. Entre eles, estão o aumento da demanda por proteína animal, a intensificação agrícola feita de forma insustentável e aumento do uso e exploração da vida selvagem. Somam-se à relação a utilização insustentável de recursos naturais acelerada pela urbanização, mudança no uso da terra e indústrias extrativas; aumento de viagens e transportes; mudanças no suprimento de alimentos e mudanças climáticas.

"A ciência está clara de que, se continuarmos explorando a vida selvagem e destruindo nossos ecossistemas, podemos esperar um fluxo constante dessas doenças saltando de animais para humanos nos próximos anos", afirmou.

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"Um intenso aumento da atividade humana está afetando o meio ambiente em todo o planeta, desde os crescentes assentamentos humanos até o aumento das indústrias de mineração", disse Doreen Robinson, chefe de vida selvagem do PNUMA. “É extremamente importante descobrir as causas principais, caso contrário, estaremos sempre reagindo”.

O relatório conclui que é vital a abordagem de “uma saúde” que une a saúde humana, animal e ambiental, incluindo muito mais vigilância e pesquisa sobre ameaças de doenças e os sistemas alimentares que as levam às pessoas.

Dessa maneira, a avaliação recomenda dez opções de resposta política para reduzir o risco de futuras pandemias zoonóticas, dentre elas a eliminação gradual de práticas agrícolas insustentáveis, fortalecimento da saúde animal (incluindo a vida selvagem) e o aprimoramento do monitoramento e da regulação dos sistemas alimentares usando abordagens baseadas em riscos.
Source: Rural

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