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(Foto: Pixabay)

 

O distanciamento social e a nova rotina de home office impostos pela pandemia do coronavírus tem aproximado mais as pessoas que vivem nas cidades à vida no campo. A constatação foi feita a partir de um levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), ao apontar que, durante a quarentena, houve um aumento de mais de 300% na procura por aluguéis temporários em áreas campestres do Estado de São Paulo.

A busca por mais espaços, liberdade e tranquilidade – características típicas da zona rural – também se expressou num aumento de mais de 100% na ocupação de imóveis rurais de alto padrão, segundo a Xaza, plataforma de intermediação dos processos de compra e venda de imóveis.

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“Acredito que seja uma questão de atipicidade em decorrência da Covid-19, mas as pessoas vão valorizar mais esse tipo de imóvel. Quem já tinha, conseguiu de certa forma aproveitar esse boom e resgatar as despesas que um imóvel desse traz,. E quem não tinha passou a preferir comprar um imóvel no campo do que ter um imóvel na praia, ou se mudar para um apartamento maior”, afirma Fernando Nekrycz, advogado especialista em direito imobiliário, CEO da Xaza.

Ele conta que, atualmente, são aluguéis que variam de R$ 7 mil a R$ 50 mil por mês em imóveis que valem entre R$ 5 milhões e R$ 20 milhões. “No começo da pandemia, era muito mais fácil alugar um imóvel desse. Sinceramente, eu acho que em períodos normais, pré-pandemia, dificilmente as pessoas alugariam esses imóveis. O mercado ficou muito louco. Não lembro de nenhuma outra época de fazer tanto contrato de locação e compra e venda de imóveis no campo”, ressalta.

Mediante a alta procura, os preços dos aluguéis subiram na mesma proporção. Mesmo assim, ainda está difícil de encontrar imóveis disponíveis para alugar. “Os aluguéis a curto prazo estão dois a três vezes mais caros do que em períodos normais. Quase não tem nada disponível para locação, a procura tem sido maior que a oferta desde abril”, relata Luiz Eduardo Cunha, proprietário da imobiliária Galpon Rurais Imóveis, na região de Indaiatuba, a cerca de 100 km da capital paulista.

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Hoje, segundo ele, a corretora tem mais de 15 pedidos para locação de imóveis rurais, mas está sem conseguir atendê-los pela falta de oferta. Cunha acredita que esse movimento tende a se prolongar, à medida em que as pessoas começam a se desvincular aos poucos das grandes metrópoles e se adequam mais ao home office.

Vendas

 

Entre final de março e final de maio deste ano, o Valor Geral de Vendas (VGV) em sete transações de imóveis rurais apenas do escritório da Xaza chegou a R$ 50 milhões. O número de vendas de imóveis rurais nesse período foi igual ao total registrado em 2019. “O que é muito alto porque são zonas que não têm tanta oferta hoje em dia. Em contrapartida, houve um encolhimento da procura por imóveis em áreas urbanas”, afirma Nekrycz.

A Zukerman Leilões, empresa que está há mais de 30 anos no mercado de leilões on-line de imóveis, registrou um aumento de 52% nas buscas por loteamentos rurais divulgados em arremates virtuais desde o início do isolamento social.

“Não dá para tornar essa situação uma regra. Só o novo normal vai dizer se isso foi um investimento bom para quem comprou e, para quem alugou, se conseguiu recuperar os encargos que um imóvel desse gera”, garante o advogado.

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Source: Rural

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