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(Foto: Reprodução)

 

O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) deflagrou nesta quinta-feira (2/7) uma operação aérea para combater a nuvem de gafanhotos na localidade de Amará Picada, entre as cidades de Esquina e de Sauce, ao sul da província de Corrientes.

Foram usados produtos químicos com a intenção de reduzir a população de insetos. O objetivo, nesta quinta, foi abranger uma área entre 100 e 120 hectares no entorno da nuvem.

“Não é um controle total. Vai diminuir a população, e a ideia é seguir controlando de forma aérea e terrestre. Neste caso, o controle aéreo é o mais indicado para melhorar a condição”, disse nesta manhã o engenheiro agrônomo responsável pelo Programa Nacional de Gafanhotos do Senasa, Hector Emilio Medina.

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O engenheiro esclareceu, no entanto, que o tamanho da nuvem pode ser maior, principalmente quando a praga avança sobre cultivos e pastagens.

“Em outras partes do país, onde há o controle sobre as zonas dos montes, a superfície pode aumentar um pouco. Para se ter uma ideia, nossas superfícies de controle têm pelo menos 300 hectares para a nuvem. Quando nós entramos em uma zona de monte serrado, pode ir um pouco mais, até 600 hectares”, pontuou.

No entanto, o porta-voz do Senasa reiterou que o objetivo da ação com os aviões não é a erradicação do inseto. “Vamos ver como termina esse controle e, depois, avaliamos o percentual da nuvem que ainda restou”, afirmou.

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O objetivo com o controle aéreo, sobretudo quando entramos na zona das serras e nos montes, não é eliminar a nuvem por completo, porque é algo muito complicado. Mas desarticulá-la de alguma forma para que não volte a se formar

Hector Emilio Medina, responsável pelo Programa Nacional de Gafanhotos do Senasa

A explicação do cenário atual feita pelo engenheiro agrônomo responsável pelos trabalhos das autoridades fitossanitárias argentinas foi feita durante reunião para discutir soluções para a nuvem de gafanhotos, na manhã desta quinta (2/7).

Participaram do encontro, organizado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), do Brasil, os membros do Comitê Aeroagrícola do Mercosul, como a Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca) e Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa), além de autoridades dos ministérios da Agricultura dos três países.

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Difícil acesso

 

 

Para Medina, a aplicação de químicos é mais complicada no momento pela localização de difícil acesso onde a nuvem se encontra. Na última terça-feira (30/6), as autoridades fitossanitárias argentinas só conseguiram chegar à área após andar a cavalo por mais de uma hora com a ajuda de guias locais.

Segundo o engenheiro agrônomo, se a aplicação for bem sucedida, pode ocorrer uma redução “considerável” no nível populacional. Neste caso, a próxima etapa é entrar com o controle terrestre para eliminar o problema.

(Foto: Senasa/Divulgação)

 

O engenheiro agrônomo explicou que as baixas temperaturas nos últimos dias podem ajudar a controlar os gafanhotos, já que a praga não faz deslocamento em temperaturas abaixo de 15 ºC. “O que temos agora é que o clima está frio, o movimento muito baixo e a nuvem está detectada. Se não tivéssemos a nuvem detectada, seria um pouco mais complexo porque não saberíamos para onde ela poderia se deslocar”, disse.

Ele explicou, ainda, que, com a grande capacidade de movimentação da praga na fase gregária, que pode percorrer até 150 quilômetros em um dia, é difícil prever sua direção. "Não temos muito tempo de antecipação, um dia ou dois, quem sabe três, como o máximo tempo de antecipação para saber se vai avançar ou não. Deixamos um alerta que poderia entrar na província de Entre Ríos, e assentou entre 15 ou 20 quilômetros (na última semana). É dia a dia seguir o movimento da praga com o objetivo de controlá-la", afirmou.

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Treinamento no Brasil

 

Na tarde de quarta-feira (1/7), o Ministério da Agricultura fez um treinamento por videoconferência para capacitar 100 servidores e técnicos da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, da Emater e da própria pasta para prevenção e controle do gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata.

Mesmo com chances remotas da nuvem de gafanhotos chegar ao território gaúcho, estamos fazendo a nossa parte para preparar o Estado para o enfrentamento. Esperamos que não seja necessário, mas se vierem, estaremos prontos para agir

Covatti Filho, secretário de Agricultura do RS

Os palestrantes foram os entomologistas e professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Clerison Perini, que abordou a espécie e fisiologia da migração do gafanhoto, Jerson Guedes, que tratou do monitoramento, controle e risco da nuvem, e do entomologista e pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Dori Nava, com o tema biologia, hospedeiros e ecologia.
Source: Rural

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