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(Foto: Senasa/Divulgação)

 

Após encontrar a nuvem de gafanhotos em uma propriedade rural na localidade de Amará Picada, entre as cidades de Esquina e de Sauce, na província de Corrientes, autoridades fitossanitárias argentinas planejam uma operação usando aviões para combater a praga.

A ofensiva, entretanto, foi adiada nesta quarta-feira (1/7) por conta das chuvas e ventos. Mas o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informou que ela pode ocorrer nesta quinta (2/7), desde que as condições melhorem.

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"Mantemos contato com a equipe de trabalho do Governo de Corrientes, que aguarda no hangar com o aplicador aéreo", completou o órgão, que inclusive já delimitou "um polígono" com a presença da praga para concentrar os esforços.

Esse receio sobre as condições meteorológicas ocorre porque os membros do Senasa tiveram grandes dificuldades em encontrar a praga na terça, após interromperem os trabalhos na segunda-feira (29/6) por conta das chuvas. Eles se deslocaram em caminhonete e tiveram que ir a cavalo, com a ajuda de guias locais, para encontrar os gafanhotos.

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Plano de combate aéreo

 

Ao mesmo tempo, no Brasil, também são pensadas estratégias de combate aéreo caso a nuvem cruze a fronteira. No final da tarde de terça-feira (30/6), o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) entregou ao Ministério da Agricultura um plano nacional permanente contra pragas de gafanhotos no Brasil.

O material vinha sendo elaborado desde a última semana, a pedido do governo federal, e agora deve ser avaliado pelos técnicos da pasta para compor uma estratégia oficial definitiva. O documento foi encaminhado ao coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do ministério, Bruno Breitenbach.

(Foto: Senasa/Divulgação)

 

Segundo o Sindag, as indicações dos produtos a serem utilizados são baseadas em recomendações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O estudo reforça ainda os requisitos legais para as empresas aeroagrícolas operarem, desde registros e licenças ambientais até a formação mínima da equipe.

Um exemplo é a necessidade de um piloto especialmente formado para isso, assim como um agrônomo coordenador e pelo menos um técnico agrícola com especialização em operações aéreas.

 

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O texto preliminar do setor aeroagrícola recomenda a exigência de tecnologias de ponta, como fluxômetro (controla o fluxo de produto de acordo com a velocidade do avião), bicos e atomizadores com capacidade para gerar o tamanho correto de gotas para cada tipo de operação. Abrange, também, o sistema de posicionamento via satélite, com sinal diferencial (DGPS, que tem precisão de centímetros) e capacidade de gravação toda a operação.

O documento inclui, ainda, técnicas de combate. De preferência, com os gafanhotos no solo, ao final da tarde ou início da manhã, e, em casos especiais, sobre a nuvem em voo.

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Autoridades em alerta

 

Mesmo com informações de autoridades fitossanitárias argentinas de que a nuvem estaria se deslocando para o oeste do país, em direção ao Rio Paraná, autoridades brasileiras temem que uma mudança climática altere os rumos dos ventos e traga os gafanhotos ao país. 

O professor Mauricio Paulo Batistella Pasini, doutor em Entomologia e pesquisador da Universidade de Cruz Alta (Unicruz), ressalta que o mau tempo no país vizinho desde o começo da semana, sozinho, não elimina os gafanhotos.

A chuva apenas impede a migração. Os gafanhotos ficam onde estão e voltam a migrar depois que a chuva passa. O que elimina os insetos é o frio. A partir de cinco graus, já eliminaria alguns indivíduos. Mas, para o clima acabar com a nuvem, é preciso temperaturas abaixo de zeroigite a frase"

Mauricio Paulo Batistella Pasini, doutor em entomologia e pesquisador da Unicruz

 
Source: Rural

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