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(Foto: Divulgação)

 

A necessidade de desenvolver um enxerto ósseo que apresente a resistência dos ossos porosos, mas que ao mesmo tempo seja um processo fácil, barato e seguro, levou cientistas do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) a desenvolver uma tecnologia que utiliza proteína do casulo do bicho-da-seda e reduz em até 25% o custo de produção do material.

O novo material desenvolvido, além de poder ser aproveitado em outras funcionalidades médicas como reparos de cartilagens e pele, pode também ser utilizado como fertilizante para liberação controlada de cálcio e fosfato para as plantas, sem presença de contaminantes prejudiciais aos vegetais.

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O material proposto pelos pesquisadores combina hidroxiapatita (fosfato de cálcio) – normalmente utilizado em processos de fabricação de enxerto ósseo – com a fibroína, proteína encontrada no casulo do inseto.

O diferencial está em como é obtida, por meio da técnica de coprecipitação. Esse método consiste na dissolução da fibroína da seda em solução líquida com cálcio. Em seguida, as amostras de fosfato são adicionadas à mistura e, após reações químicas, o material é seco e prensado em forma de blocos.

O grande diferencial da nossa técnica é que ela feita em temperatura ambiente, baixas em relação às que hoje são o padrão do mercado

Daniela Vieira, autora da pesquisa

“A proteína utilizada nesse enxerto, a fibroína de seda, é retirada do casulo do bicho-da-seda através de um processo de purificação. Essa proteína vai conferir ao material a resistência mecânica necessária para o enxerto", explica Daniela Vieira, autora da pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, oferecido em conjunto por IQSC, Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

(Foto: Daniela Vieira/Arquivo Pessoal)

 

Segundo a pesquisadora, o processo é realizado em temperatura ambiente e a secagem é feita a 60ºC, levando cerca de 24 horas para formularem alguns blocos. “Quando falamos em processos que envolvem materiais cerâmicos, falamos de materiais que são processados em altas temperaturas, em torno de 1.000ºC a 1.200ºC. A nossa técnica é um processo mais econômico, fácil e seguro”, justifica.

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Mais testes

Conforme o professor do IQSC e orientador da pesquisadora, Sérgio Yoshioka, os casulos dos bichos-da-seda usados na pesquisa são impróprios para fazer os fios de seda de alta qualidade. Ele explica que os próximos passos serão testes biológicos in vivo em camundongos e coelhos por laboratórios terceirizados para laudos histopatológicos.

“Com isso, faremos o relatório para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para entrar no mercado, que deve levar cerca de dois anos para implantes humanos, direcionados principalmente para pequenos defeitos ósseos”, explica o pesquisador.
Source: Rural

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