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(Foto: Sergio Ranalli)

 

Considerado a caixa d’água do Brasil, por concentrar nascentes e leitos de oito bacias hidrográficas do país, o Cerrado abriga também 42 mil das 250 mil fazendas de soja registradas em todo o território nacional, concentrando 51% da área plantada.

O crescimento da cultura na região central do país tem sido tema de debate entre ambientalistas e produtores, mas um levantamento feito pela Agrosatelite, a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), indica que apenas 7,2% do avanço mais recente ocorreu a partir do desmatamento de vegetação nativa.

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Desde 2001, a área com a oleaginosa no bioma passou de 7,53 milhões para 18,2 milhões de hectares, com uma expansão de 570 mil hectares por ano entre as safras 2017/18 e 2018/19. No período, a taxa de desmatamento de vegetação nativa para a produção de soja passou de 215 mil para 73 mil hectares anuais, queda de 66% em 18 anos. 

O estudo divide o bioma em dois grupos: Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e demais Estados. Enquanto no Matopiba a taxa de expansão com desmatamento passou de 61,6% de 2000/01 a 2007/07 para 19,2% de 2013/14 a 2018/19, nos demais Estados, esse percentual foi de 26,6% para 2,2%.

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Expansão

O levantamento também mapeou as áreas sobre as quais a soja se expandiu sem desmatar. No Matopiba, 222 mil hectares de pastagens foram convertidos em lavouras de soja de 2013/14 a 2018/19 e outros 490 mil hectares foram oriundos da migração de milho, algodão ou cana, respondendo por 48,3% do total da área convertida para o plantio de soja.

Nos demais Estados, 1,23 milhão de hectares de pastagem foram destinados para a soja no mesmo período, além de outros 1,14 milhões de hectares antes usados na produção e milho, algodão ou cana, totalizando 65,7% do total da área transformada em lavoura de soja.

Converter vegetação nativa para produção agrícola tem um risco muito grande. No momento em que isso era novo, no início da expansão, a conversão ocorria com muito mais força, mas os próprios produtores vão percebendo que há riscos e um investimento com capital muito intensivo. Com isso, a relação entre risco e retorno vai levando o próprio produtor a expandir em áreas já abertas

André Nassar, presidente da Abiove

 

De acordo com o estudo, as pastagens contribuíram com 56% da efetiva expansão da área de soja no período de 2013/14 a 2018/19. Com isso, estima-se que  o bioma Cerrado possua atualmente 95,7 milhões de hectares da sua área antropizada, dos quais 26,1 milhões de hectares estão com pastagem em área de aptidão agrícola para soja.

“A tendência é de que, até a safra 2028/29, a área cultivada com soja no Cerrado cresça em até 5 milhões de hectares, sendo que esse próximo ciclo de expansão pode acontecer em quase sua totalidade nas áreas de pastagens”, avalia Bernardo Rudorff, diretor-executivo da empresa responsável pelo levantamento.
Source: Rural

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