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(Foto: Ricardo Correa/Ed. Globo)

 

 

A pandemia do coronavírus levou o setor varejista a olhar com cuidado para os seus parceiros, fornecedores, distribuidores e principalmente, mapear as mudanças de comportamento do consumidor, que mudou seus hábitos e introduziu novos canais digitais, produtos e serviços em todas as categorias.

Com agilidade, a PMA (Produce Marketing Association), que representa a indústria de flores, frutas, legumes e verduras em 55 países, colocou sua equipe de pesquisa para rastrear a de opinião do consumidor sobre como a pandemia da Covid-19 está afetando as tendências de compras de produtos frescos (frutas, flores, legumes e verduras) para os consumidores no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e China.

No Brasil, desde abril, 500 consumidores de diversas faixas etárias, regiões demográficas e classes econômicas são entrevistados quinzenalmente. Os resultados das quadro “ondas” das pesquisas apresentam o mesmo cenário no mundo. No Brasil, 80% dos entrevistados estão preocupados com a segurança dos produtos frescos, 71% estão prestando mais atenção no prazo de validade, 59% acham mais provável comprar produtos frescos se vierem em embalagens fechadas e 57% estão comprando mais frutas e verduras depois que começou a pandemia. Vivenciamos isso diariamente no varejo e estamos seguindo a exigência do consumidor.

A pesquisa mostra que mesmo com a preocupação om segurança dos alimentos, o consumidor aumentou a compra de FLV com certeza para melhorar a alimentação e por estar cozinhando em casa”, conclui Luiz Roberto Baruzzi.

Enquanto as pessoas começam a se adaptar ao essencial, ao poder aquisitivo e aos locais de compra, os supermercados, desde o início da pandemia, precisam oferecer confiança ao consumidor e o sortimento deve ser bem estudado para atender toda a indústria de FFLV, pois os produtos frescos são mais essenciais do que imaginava essa indústria que garantiu a produção, a distribuição, investiu rapidamente em segurança – da manipulação até o ponto de venda.

É certo que as pessoas estão preocupadas com o que comem e até cresceu o número de consultas na internet sobre receitas usando legumes e verduras. Para se ter uma noção nas buscas do Google aqui no Brasil, termos como “Frutas com Vitamina D”, “Sucos Imunindade “e “Alimentos Imunidade” apresentaram aumentos entre fevereiro e maio/20 de 350%, 150% e 130% respectivamente. Descobrimos que até bacon de cenoura existe!

Em todo o mundo, com impedimento de frequentar os restaurantes e a necessidade de cozinhar em casa, os produtos frescos têm expressiva alta com a preocupação do consumidor pela qualidade e segurança do alimento, fatores determinantes no momento da compra. Por isso, justifica-se o aumento de produtos orgânicos e naturais. No Brasil, os orgânicos tiveram aumento de 15% a 20%, o mesmo patamar no Peru e no México.

No Brasil, a pesquisa da PMA mostra que 56% compram mais produtos frescos (frutas e vegetais), 80% estão preocupados com a saúde, 72% prestam mais atenção à validade, 52% compram produtos bem embalados e 56% estão comprando menos porque passam por dificuldades financeiras.

E o que devemos fazer?  Quais os próximos passos?

Primeiramente, manter a calma porque os números do FLV são positivos se comparados com outros segmentos, os preços estão estabilizados.  O abastecimento está garantido, mas é importantíssimo estimular os produtores para a implementação de ações de mitigação de riscos de infecção nos trabalhadores rurais porque se não for possível colher o FFLV o problema será muito maior.

O consumo de FLV deve se manter estável e o varejo está se adaptando às mudanças de consumo, oferecendo frutas da época e campanhas ensinando receitas.  Um dos grandes desafios do varejo é oferecer o que o consumidor quer. Está imprevisível saber o que o consumidor quer e quanto ele pode gastar.

O mix de produtos deve ser bem analisado porque o cliente quer produtos saudáveis, como açafrão, gengibre, inhame, tomate e citros.  Supermercadistas também devem ter sortimento de flores e investir em campanhas e celebrações familiares. Considerando a relevância do canal varejo (mesmo antes da Pandemia), educar o consumidor sobre os benefícios de ter flores em casa, dar flores como presente é essencial para a manutenção desse setor.

Os meios digitais e mídias sociais são grandes ferramentas de apoio na propagação de mensagens positivas do FFLV: desde engajamento social, manipulação, conservação e limpeza dos alimentos até o preparo com receitas. FFLV devem entrar na cesta básica das famílias pela saudabilidade.

Em resumo, Flores, Frutas, Legumes e Verduras são essenciais e levar essa mensagem de forma coordenada é responsabilidade de toda a indústria. Esse é o nosso momento.

Valeska de Oliveira – Representante da PMA no Brasil 
Source: Rural

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