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Greg Meyers, head global de Agricultura Digital da Syngenta (Foto: Divulgação)

 

Nesta terça-feira (16/6), a multinacional de defensivos agrícolas Syngenta inaugura uma nova frente de negócios: a Syngenta Digital. Mas não é apenas um novo nome. A divisão, que agrupa as quatro aquisições de tecnologia da norte-americana dos últimos cinco anos, entre elas a agtech brasileira Strider, chega ao Brasil em primeira mão com a pretensão de transformar dados em práticas sustentáveis, como o sequestro de carbono.

A fim de simplificar a dinâmica de trabalho para o produtor rural, Greg Meyers, head global de Agricultura Digital da empresa, em entrevista à Globo Rural, explica que os dados gerados por softwares de gerenciamento e mapeamento permitirão que seja construída uma série histórica de informações que o agricultor poderá consultar, o que tende a otimizar o tempo no campo.

Nós esperamos ser o primeiro mercado que o produtor colete informações e torne isso sequestro de carbono

Greg Meyers, head global de Agricultura Digital da Syngenta

Para Meyers, conhecer a pressão de determinada praga na soja possibilita o desenvolvimento de modelos de solução com base em dados, beneficiando, assim, outros produtores com os mesmos problemas. Ao conhecer a área produtiva do cliente e seu potencial agronômico, Meyers afirma que também é possível compreender qual a melhor forma de sequestrar carbono.

“Estamos trabalhando dentro do guarda-chuva de sustentabilidade, calculando o uso de fertilizantes e produtos, e a qualidade do solo. Uma vez que você constrói o modelo com os atributos do solo, não precisa estudar de novo. Você se baseia no modelo e já entende quanto carbono esse solo consegue sequestrar”, diz.

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Com isso, segundo Meyers, a Syngenta Digital pretende ser o primeiro mercado que coleta informações e a transforma em sequestro de carbono para os produtores, viabilizando ainda créditos de carbono. Porém, ao ser questionado se este formato de economia verde já é aplicável no Brasil, ele diz que ainda é preciso trabalhar melhor o tema em toda a América Latina.

“Na América Latina, você não tem um mercado de sequestro de carbono eficiente. Isso é algo originalmente criado no Acordo de Paris, e ainda não tem uma legislação definida. Isso seria discutido no Chile em 2020, mas passou para o ano que vem devido à Covid-19”, pondera Meyers.

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Conectividade

Apesar de não revelar os investimentos feitos para a criação da Syngenta Digital, Meyers admite que foi uma operação “muito cara”, em que cerca de 30% a 40% do valor foi endereçado ao Brasil. O país só fica atrás dos Estados Unidos e aparece à frente da China.

O aporte feito no mercado brasileiro também se justifica diante da falta de conectividade, à medida que as plataformas têm sido desenvolvidas para se adaptar a diferentes realidades, inclusive sem depender de internet.

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“Não é necessário que o produtor use mais terceiros [para gerar dados]. Colocamos essas tecnologias na mão dos distribuidores para que ela esteja disponível, para que os produtores possam incluir estes profissionais que eles confiam nessa tomada de decisão junto com os dados gerados”, diz.

Meyers ainda disse que a crise do novo coronavírus intensificou o problema de conectividade, pois muitos produtores ficaram reféns da internet para as relações com os agrônomos. E disse que este é um problema não só no Brasil, mas na América Latina e também em áreas da Europa, na Índia, na China e algumas regiões dos Estados Unidos.

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Joint venture

Sem entrar em detalhes, o head de Agricultura Digital da Syngenta afirmou que a empresa estuda a possibilidade de uma joint venture para resolver esta questão da conectividade.

“Estamos em contato com várias empresas que usam ferramentas tecnológicas, como John Deere, Case e New Holland. O produtor não quer várias soluções, então, estamos trabalhando para adquirir tecnologias ou desenvolvê-las em conjunto, mas isso ainda não está acordado”, esclarece.

Ainda que a questão da conectividade esteja em desenvolvimento, Meyers afirma que 63% dos produtores já estão usando alguma ferramenta digital. Por isso, a Syngenta Digital no Brasil pretende contratar entre 20% e 30% a mais de profissionais para o escritório onde fica a Strider, em Belo Horizonte (MG), que hoje conta com um time de cerca de 180 pessoas.

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Source: Rural

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