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(Foto: Thinkstock)

 

 

A produção da agroindústria brasileira desabou em abril e teve retração de 16,5% na comparação com o mês de março, com reflexos mais claros sobre os efeitos econômicos da crise gerada pela pandemia do coronavírus. É o que aponta o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro), apurado pelo Centro de Estudos em Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Agro).

“O mês de abril foi marcado por uma restrição mais intensa de circulação de pessoas e de funcionamento dos setores econômicos no Brasil, o que impactou tanto a oferta como a demanda por produtos agroindustriais”, afirma a análise do FGV-Agro.

Com retração de 5,7% em março, a agroindústria já soma queda de 5,4% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano. Em 12 meses, a baixa é menor, de 0,8%. No geral, o PIMAgro recuou 5,1% em abril

No caso dos produtos alimentícios e bebidas, o indicador recuou 5,8% em abril, na comparação com a baixa de 2,3% em março. A maior queda foi em bebidas alcoólicas (59,1%), seguido por bebidas não-alcoólicas (40,7%) e alimentos de origem animal (7%). Por outro lado, os produtos de origem vegetal registram forte incremento (25,7%).

“É importante ressaltar que os dados de Produtos Alimentícios possivelmente refletem o chamado ‘efeito substituição’, ocasionado pela redução (ou expectativa de queda) da renda”, aponta o relatório. Segundo o FGV-Agro, é o caso da troca da carne bovina por proteínas mais acessíveis, como as carnes suína e de aves.

Além disso, a instituição observa a queda da produção de laticínios, “considerados alimentos mais perecíveis e de maior valor agregado”, e ao mesmo tempo forte expansão na produção de arroz, “bem básico, não perecível e de baixo valor agregado”.

No caso dos produtos não-alimentícios, o recuo foi de 11,3% em abril, menor do que os 15,8% de retração observados em março. Os produtos que mais sentiram os impactos da pandemia e registram baixa foram a borracha (44%) e produtos têxteis (43,7%), seguidos por produtos florestais (2,5%) e fumo (2,3%). Em contrapartida o setor de biocombustíveis registrou alta (6,5%), após leve recuo em março (1,1%). O setor de insumos ficou praticamente estável (aumento de 0,3%).
Source: Rural

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