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(Foto: Cristiano Martins/Arquivo/Ag. Pará )

 

O desmatamento em terras indígenas cresceu 90% em 2019. É o que apontam dados consolidados do Prodes, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que monitora o desmatamento por corte raso por satélites. Enquanto em 2018 a área degradada foi de 260,6 km², em 2019 a devastação foi de 497,4 km².

A terra indígena mais atingida foi Ituna Itatá, conhecida por ser povoada por indígenas isolados. Mesmo interditada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e com acesso restrito a pessoas autorizadas pelo órgão, a fim de garantir o isolamento da comunidade, o desmatamento na área subiu mais de 650%, de 15,9 km² em 2018 para 119,8 km² em 2019.

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Antônio Oviedo, coordenador de monitoramento do Instituto Socioambiental, diz que os números não causam surpresa, "infelizmente", e são reflexo do discurso antiambientalista do presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Em 2019, a gente percebeu como as propostas legislativas de flexibilização do licenciamento, o interesse na mineração em terras indígenas, como todo esse discurso se transformou numa mensagem clara para setores ilegais da Amazônia de que as áreas protegidas não estavam mais com a segurança fundiária. Isso fragiliza demais a segurança nesses territórios”, afirma.

Isso é retrocesso às políticas ambientais que foram duramente conquistadas. Esses números estrondosos de desmatamento mostram que uma parcela significativa acontece em terras indígenas e unidades de conservação

Antônio Oviedo, coordenador de monitoramento do Instituto Socioambiental

No acumulado de 2008 a 2019, de acordo com dados do Prodes, já foram desmatados 2.853,56 km² de terras indígenas na Amazônia Legal, sendo o maior índice registrado no ano passado.

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Source: Rural

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