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Planta cumbeba (Cereus hildmannianus), parte do Jardim Desértico do Inhotim (Foto: João Marcos Rosa)

 

Apesar da pandemia de coronavírus ter fechado museus ao redor do mundo, turistas ainda podem visitar exposições de maneira virtual. É o que fez o Instituto Inhotim, um dos museus de arte contemporânea mais importantes do Brasil, que "abriu as portas" com uma mostra botânica inteiramente digital em celebração à Semana do Meio Ambiente.

O museu dedica uma programação sensível às questões ambientais e inaugura nesta sexta-feira (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, a exposição “Resistência, diversidade e sabedoria: os segredos do Jardim Desértico” com auxílio da ferramenta Google Arts & Culture.

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A mostra apresenta destaques botânicos do Jardim Desértico, um dos oito jardins temáticos do local. Construído em 2014, o espaço reúne espécies que exigem pouca quantidade de água para sua manutenção, como o mandacaru e o ora-pró-nobis, ambas nativas do Brasil, e convida os visitantes a refletir sobre a disponibilidade e uso dos recursos hídricos.

“As narrativas que ele aciona nos interessam muito dentro dessa Semana do Meio Ambiente: como as plantas podem nos permitir uma reflexão sobre usar água de uma forma mais inteligente, mais adequada, mais sustentável”, diz Sabrina do Carmo, coordenadora do Jardim Botânico do Inhotim. É nesse sentido que os cactos e as suculentas presentes ali também convocam os indivíduos, através da internet, a pensar nos valores históricos e culturais das plantas.

Além da oportunidade de conhecer as espécies que estão cultivadas no jardim, construímos uma narrativa para as pessoas refletirem sobre as adaptações das espécies e de como uma série de culturas se apropriaram dessas plantas para resolver problemas de sobrevivência

Sabrina do Carmo, coordenadora do Jardim Botânico do Inhotim

Como o contato físico com as espécies do local está interrompido, a saída da equipe técnica foi se esforçar na apresentação virtual: através de fotos bem detalhadas, o visitante consegue analisar adaptações e os elementos estéticos das plantas, e ainda há possibilidade de conhecer mais a fundo as relações humanas com a fauna e a flora com ajuda de textos e comentários em áudio.

Planta palma (Nopalea cochenillifera), parte do acervo botânico do Inhotim (Foto: João Marcos Rosa)

 

Sabrina ressalta que a iniciativa não substitui a visita ao local, mas é mais uma forma que o museu encontrou para que o público tivesse outra forma de contato com as plantas. “Quando a gente tem essa diversidade de sabedoria, como ‘os segredos do Jardim Desértico’, na verdade queremos convidar o público a não só ver o jardim de forma virtual, mas também a pensar em como se relacionar com as plantas, porque essa é uma urgência do nosso tempo’’, frisa a coordenadora.

Série e wallpapers

A exposição virtual do Jardim Desértico é apenas uma das ações desenvolvidas pelo Instituto nesta Semana do Meio Ambiente. O museu também preparou um episódio sobre orquídeas para a série Diálogos – que exibe conversas entre representantes do Instituto, artistas, curadores, botânicos e teóricos sobre cultura e meio ambiente.

O conteúdo estreia neste sábado (6/6), a partir das 11h, no Facebook, no YouTube e no Instagram do Inhotim, com participação de Juliano Borin, curador botânico do museu, e André Cavasini, da OrchidBrazil.

Além do conteúdo para as redes sociais e a mostra através do Google Arts & Culture, uma série de wallpapers serão disponibilizados para o público baixar em seus celulares neste sábado. Seis imagens do fotógrafo João Marcos Rosa com foco nas famílias mais representativas do acervo botânico do Inhotim, como palmeiras, antúrios, filodendros, orquídeas e bromélias, podem ser baixadas pelo Facebook e Instagram.

Planta iuca (Yucca aloifolia), parte do acervo botânico do Inhotim (Foto: João Marcos Rosa)

 

Assim, as iniciativas do Instituto reforçam a importância da reflexão sobre as relações humanas construídas com as plantas. Sabrina pontua que as adaptações e resiliências das espécies em destaque, principalmente as do Jardim Desértico, permitem que se pense na construção de uma sociedade melhor.

“Para nós, oferecer uma ação que permite que as pessoas vejam as plantas é mais do que ver a planta em si, é mais do que só mostrar o acervo do Inhotim. É convidar as pessoas a repensarem seus hábitos, seus contatos com as plantas e de que forma elas podem nos ajudar a tecer um futuro melhor e um modelo de sociedade mais saudável’’, finaliza.
Source: Rural

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