Skip to main content

Centro de sementes da Corteva. Empresa investe globalmente US$ 1,2 bilhão por ano em pesquisas de moléculas, germoplasma e biotecnologia (Foto: Divulgação)

 

A Corteva vê com otimismo o mercado agrícola do Brasil e do Paraguai. Foi o que afirmaram executivos da empresa nos dois países, em entrevista transmitida pela internet na quarta-feira (3/6). Sediada nos Estados Unidos, a empresa possui negócios em sementes, proteção de cultivos e agricultura digital.

A líder da área Sul, Sheilla Pereira, afirmou que, atualmente, a empresa investe US$ 1,2 bilhão por ano em pesquisa de moléculas, germoplasma e biotecnologia, sendo US$ 200 milhões anuais nos mercados brasileiro e paraguaio.

“O Paraguai é um dos países em que estamos projetando um alto crescimento nos próximos anos”, disse. “Se fizer a conta em reais, são mais de R$ 5 bilhões nos últimos cinco anos investidos específicos para o Brasil só para descobrir moléculas novas e germoplasma específico. E tem investimentos de US$ 90 milhões em infraestrutura, melhorando fábricas e capacidade de produção”, acrescentou.

No ano passado, o Brasil respondeu por cerca de dois terços das vendas da Corteva na América Latina, de acordo com o relatório anual divulgado na página global da empresa. Foram US$ 1,784 bilhão de um total de US$ 2,889 bilhões na região. Em nível global, as vendas da companhia, que há um ano realizou seu IPO na bolsa de Nova York (EUA), totalizaram US$ 13,8 bilhões. (veja tabela abaixo).

saiba mais

Corteva quer reduzir dependência de genes da Bayer

Brasil é segundo mercado mais importante para a Corteva

 

Neste ano, em meio à pandemia de coronavírus, a líder para a área Sul da Corteva ressaltou que os efeitos sobre o agronegócio brasileiro são diferentes, a depender de cada cadeia produtiva. Sheilla avaliou que segmentos como algodão, leite, frutas e vegetais foram mais afetados. O desempenho em 2020 ainda dependerá da profundidade dos impactos da Covid-19 sobre a economia.

“Estamos otimistas com as grandes culturas. Milho e soja estão com altas históricas em reais, auxiliando o produtor a se manter com bons níveis de rentabilidade. Esperamos um crescimento modesto em área de milho safrinha, uma área estável de milho verão e que a produção brasileira de soja deve bater novos recordes”, disse a executiva.

A entrevista coletiva virtual marcou o lançamento do fungicida Vessarya para o mercado paraguaio. Voltado para o controle de ferrugem asiática e de outras doenças da soja, o produto já é utilizado no mercado brasileiro.

O líder da Corteva para o Paraguai, Claudio Gaitan, reforçou a visão otimista para o país. Segundo ele, o mercado local de proteção do cultivos gira em torno de US$ 500 milhões. Incorporando insumos como sementes, por exemplo, passa de US$ 1 bilhão. Gaitan explicou que os planos são de investimentos contantes.

“É um mercado muito importante. Estamos fazendo lançamentos frequentes e vamos continuar porque a companhia vê o Paraguai com um importante potencial de crescimento. O investimento no país não para”, ressaltou Gaitan. “O setor agropecuário é muito importante e tem um aporte muito grande para a economia paraguaia”, acrescentou.

O executivo acrescentou que os investimentos em inovação feitos pela empresa levam em consideração a viabilidade maior da expansão da atividade agrícola de uma forma que chama de vertical. De acordo com ele, o desafio para a produção de alimentos será trabalhar com os recursos disponíveis, que são limitados.

“Todo o crescimento aponta para a otimização de recursos como solo e água e a crescer mais verticalmente”, disse. “A base será a genética e a biotecnologia e os produtos de proteção de cultivos vão capturar esse crescimento. Genética e biotecnologia permitem trabalhar de maneiras mais eficientes com a disponibilidade que se tem de recursos”, acrescentou.

Evento virtual

O lançamento oficial do Vessarya no Paraguai foi feito na noite de terça-feira (2/6), também em um evento transmitido pela internet. Foi o primeiro lançamento da empresa feito totalmente online nas Américas.

“O Paraguai é o terceiro maior produtor de soja da América Latina e alimenta 50 milhões de pessoas”, destacou Sheilla Pereira no evento. “Temos produtos para todas as fases da soja”, acrescentou o líder de fungicidas para o Brasil e o Paraguai, Marcus Fiorini.

A promessa do produto é de controle eficiente da ferrugem asiática e de outras doenças, como oídio e mancha-alvo. Outro diferencial, de acordo com a companhia, está na formulação, que dispensa a adoção de óleo e adjuvantes.

saiba mais

Apesar da pandemia, Vinícola Aurora aumenta em 71,7% exportações para Ásia

 

Em painel técnico, o pesquisador Marcelo Madalosso explicou que agroquímicos como as carboxiamidas, categoria onde está incluído o Vessarya, são importantes por atuarem preventivamente. Segundo ele, o número de aplicações recomendadas é de duas por ciclo da soja.

“As carboxiamidas são extremamente preventivas. Com isso, conseguimos melhor controle e melhor desenvolvimento de plantas. Mas elas são sensíveis à resistência”, alertou. “A principal vantagem da programação preventiva é o retorno do investimento. O investimento é muito alto e precisamos ter retorno sobre isso”, explicou.

Líder da Corteva para o fungicida, o agrônomo Rogerio Rubin defendeu que a formulação é importante para garantir a estabilidade do produto. Segundo ele, esse desenvolvimento é, atualmente, tão caro quanto desenvolver o próprio princípio ativo.

“O grande diferencial se dá em função de formulação. A formulação tem inúmeros produtos que vão ajudar na estabilidade dentro do frasco, depois que o produto cair na folha”, disse ele, destacando que o fungicida lançado no Paraguai já contém os adjuvantes necessários. “A vantagem é agilidade e menor tempo de preparo para aplicar”, acrescentou.

(Foto: Corteva)

 

 
Source: Rural

Leave a Reply