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Em reunião ministerial, Ricardo Salles defendeu que o governo aproveitasse a atenção da imprensa e da sociedade ao coronavírua para "passar a boiada" na desregulamentação ambiental (Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação)

 

Os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Fabiano Contrato (Rede-ES),  presidente da Comissão de Meio Ambiente no Senado, acionaram o Ministério Público e apresentaram notícia-crime à Procuradoria-Geral da República contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, devido às recentes declarações na reunião ministerial do dia 22 de abril. Salles defendeu que o governo Bolsonaro deveria aproveitar o foco da imprensa e da população na pandemia do coronavírus para “passar a boiada” em regras ambientais.

A fala do ministro do Meio Ambiente teve repercussão negativa entre políticos e entidades ambientalistas e, como consequência, o ministro poderá ser chamado pelo Senado para esclarecer a declaração. “Nós podemos [convocar], como já chamamos o ministro da Saúde [na época, Nelson Teich, que não está mais no cargo], e a gente faria à distância. Não retiro a possibilidade de fazer convocação para o ministro do Meio Ambiente, para que ele fale à distância”, afirmou Wagner em entrevista à rádio A Tarde FM nesta segunda-feira (1/6).

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Em entrevista à Globo Rural, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, filiada à Rede Sustentabilidade, afirmou que o partido entrou com pedido de afastamento de Salles alegando desvio de função. “Ele não pode continuar na pasta indo na contramão do que sua função pede. A condução atual [do ministério] é a pior de todos os tempos, porque há uma ação coordenada para destruir a governança ambiental brasileira”, ela diz.

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), corrobora com Marina Silva ao dizer que “Ricardo Salles não é apenas um ministro ruim, mas o pior ministro do Meio Ambiente que já vimos”.

Reputação do Brasil

As declarações do ministro do Meio Ambiente prejudicam a reputação do Brasil no mercado internacional, avaliam Marina Silva e Alessandro Molon. Para eles, países da União Europeia podem interromper importações caso o País não demonstre comprometimento com o meio ambiente. “A ecologia deve ser integrada à economia. O mundo está indo numa direção, não podemos achar que vamos ficar impunes”, diz a ex-ministra.

Para Molon, a condução de Ricardo Salles destrói a imagem do Brasil no mundo, prejudicando as exportações de produtos agropecuários, além de ter resultado no “desmonte do Fundo Amazônia, com o afastamento dos principais países doadores”.

Entidades

De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, entidades empresariais que anteriormente assinaram manifesto em apoio ao ministro do Meio Ambiente já tiveram associadas pedindo desfiliação por não concordarem com a fala de Salles na reunião ministerial. O jornal informa que empresas de diversos segmentos, como frigoríficos, cosméticos e turismo demonstraram insatisfação, não querendo ser vinculadas à postura de Salles.
Source: Rural

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