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(Foto: Thinkstock)

 

A pandemia de coronavírus tem prejudicado a venda de castanha-do-brasil. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os contratos internacionais de compra do produto nas principais cooperativas foram cancelados e a aquisição do produto, suspensa. 

A companhia aponta prejuízo para mais de 4 mil pequenos produtores, que correm o risco de paralisar as atividades. A lata de 10 quilos da castanha-do-brasil era vendida a R$ 25 até janeiro, mas já caiu para R$ 12 em algumas comunidades. Como o produto está em plena safra, a situação pode se agravar nos próximos meses, projeta a Conab.

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Diante deste cenário, os produtores estão suspendendo a coleta da castanha. Outro problema é o consumo interno limitado. Muitas agroindústrias que processam a castanha estão fechadas. Quanto às feiras, outra possibilidade de escoamento, estão fechadas ou funcionando com horário restrito.

Os pequenos produtores encontram ainda outros desafios para a sobrevivência do setor, como questão da logística. “A adoção das medidas restritivas de locomoção limita não só o trânsito de pessoas como também gerou reflexo no escoamento da produção”, explica a gerente de produtos da sociobiodiversidade da Conab, Ianelli Loureiro. 

O agroextrativismo está quase parado em Estados como Amazonas, Acre e Amapá. Neste último, a produção ocorre em áreas de difícil acesso e número reduzido de adquirentes. E, com a suspensão dos contratos de exportação e queda da demanda interna, o preço caiu muito

Ianelli Loureiro, gerente de produtos da sociobiodiversidade da Conab

De acordo com o levantamento, a redução da comercialização ocasionou forte impacto na renda das populações extrativistas do país, que ainda enfrentam dificuldades para obter o auxílio emergencial.

“Nós temos a possibilidade de intervenção com o pagamento de subvenção para os produtores de castanha no âmbito da Política de Garantia de Preços Mínimos para produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), algo que não acontecia desde 2009 em função da estabilização do mercado, mas que agora apontam a necessidade em alguns Estados, por estarem abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo federal”, explica Ianelli.

“No entanto, esses pequenos produtores necessitam também do apoio da sociedade e da iniciativa privada local no sentido de adquirir esse produto, para que eles possam utilizar o benefício da complementação financeira que a política oferece”, acrescenta.
Source: Rural

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