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(Foto: Divulgação)

 

O coronavírus está intensificando a aplicação de soluções e o uso de ferramentas digitais no campo, um movimento que deve permanecer no pós-pandemia. A avaliação foi feita por executivos da John Deere nesta segunda-feira (18/5), em que foi lançada uma plataforma de conexão de clientes com as estruturas de atendimento da empresa.

“Essa digitalização do agro é uma via sem fim e ainda está muito longe de chegarmos no auge”, disse o Paulo Hermann, presidente da empresa no Brasil. “Nessa pandemia, ficou claro que o digital veio para ficar e que dá para fazer as coisas de maneira diferente. O pós-Covid vai ser um período de grande pressão sobre a conectividade”, acrescentou.

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O diretor de marketing para a América Latina, Cristiano Correia, disse que a plataforma lançada nesta segunda-feira já vinha sendo preparada. Segundo ele, o plano inicial era para um ou até dois anos. Mas o maior uso de meios digitais, por conta das restrições trazidas pela pandemia, e a suspensão e cancelamento de eventos onde a empresa costuma apresentar suas novidades, levaram a uma aceleração do projeto.

Chamada de John Deere Conecta, a ferramenta é gratuita e pode ser acessada tanto via web, pelo computador, quanto por aplicativo para dispositivos móveis, como telefones celulares. De acordo com o executivo, funcionará como um “hub”, em que clientes e empresa possam trocar informações sobre os equipamentos e fechar negócios.

A covid levou a uma aceleração do nosso projeto, de trazer essa plataforma digital que vai misturar o virtual com o real. Temos mais de 250 lojas físicas espalhadas pelo Brasil e agora tem esses concessionários distibuídos de forma online a qualquer hora do dia

Cristiano Correia, diretor de marketing para a América Latina da John Autor

Os executivos evitaram traçar uma perspectiva do quanto a ferramenta pode agregar de novos negócios. Destacaram apenas que ela pode ter efeitos positivos em ganhos de produtividade, com o uso mais eficiente dos equipamentos a partir do suporte por parte da rede de atendimento da empresa. A visão da fabricante é de que ainda há um uso pouco eficiente da tecnologia embarcada, que necessita ser ampliado.

“Temos expectativa de negócios. E não deveria ser diferente. É uma forma de se relacionar mais interativa, efetiva, nesses momentos onde o cliente tem experimentado o uso de ferramentas, de plataformas digitais”, disse Cristiano Correia.

(Foto: Globo Rural)

 

Mercado

A pandemia impactou o mercado. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias em abril totalizaram 2,4 mil unidades, 41,8% a menos que em março deste (4,1 mil unidades) e 23,9% a menos que em abril de 2019 (3,2 mil). No acumulado dos primeiros meses de 2020, a queda foi de 4,6%, com a comercialização de 11,9 mil equipamentos.

Além de diminuição nas vendas de tratores e colhedoras, fabricantes anunciaram interrupções de atividade em suas plantas industriais. Na John Deere, não foi diferente. Segundo Paulo Hermann, as unidades já retomaram as operações. Ainda não estão em plena capacidade, mas o básico para o momento está sendo feito. E foram adotados protocolos para prevenir contra o contágio pelo coronavírus nos ambientes de trabalho.

Hermann avaliou que, mesmo com o agronegócio brasileiro mantendo as atividades e obtendo resultados positivos, especialmente nas exportações, o mercado não deixa de sofrer os impactos da pandemia. Na visão dele, a fase de maior pânico já passou, mas o momento ainda é nebuloso e de incerteza, já que não se sabe o quanto vai durar a crise trazida pelo Covid-19 sobre a atividade econômica.

Vai implicar no tamanho do mercado. Estamos no meio do processo e não vemos luz no fim do túnel. Por isso, essa ferramenta foi acelerada para manter o contato com os clientes. Ficou muito claro de que havia uma vida econômica acontecendo, não da forma tradicional. Depois do Covid, vamos voltar a nos visitar, apertar as mãos. Entretanto, há ineficiências do dia a dia que serão melhoradas

Paulo Hermann, presidente da John Deere no Brasil

 

Para o presidente da John Deere no Brasil, a situação atual requer disciplina e cuidado. O fundamental, na avaliação dele, é o produtor rural preservar sua capacidade de crédito e ficar atento ao caixa, já que o sistema financeiro está receoso em relação aos riscos na concessão de financiamentos. De acordo com o executivo, é o momento de pagar as contas e, havendo alguma sobra, investir na produção.

“Não sabemos quanto vai durar e quanto tempo teremos que viver com poucas vendas. Vamos pagar as contas. Estamos colhendo bem e exportando bem. Não é hora de discutir RJ. É hora de preservar o crédito. As pessoas estão reagindo bem e o pagamento no prazo que a John Deere está recebendo está melhor que no ano passado”, afirmou o executivo, referindo-se ao momento de recuperações judiciais no meio rural.
Source: Rural

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