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Usinas do centro-sul do Brasil processaram quase 590 milhões de toneladas de cana na safra 2019/2020 (Foto: Marcelo Min / Ed.Globo)

 

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) reforçou, nesta terça-feira (14/4), a importância da adoção de medidas que favoreçam a competitividade do etanol e de linhas de crédito para a armazenagem do combustível. No relatório que consolida os números da safra passada (2019/2020), a entidade que representa as usinas do Centro-Sul do Brasil avalia que a situação neste início de safra nova (2020/2021) é de incerteza, em função dos impactos econômicos da pandemia de coronavírus.

“As usinas se prepararam para garantir o abastecimento pleno de etanol na entressafra, com níveis elevados de consumo. A mudança abrupta de cenário e a queda da demanda de combustíveis pegou todos de surpresa, criando uma situação muito difícil, pois o produtor precisa comercializar etanol para fazer frente aos desembolsos típicos de início de safra”, explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, no relatório.

Com o avanço da pandemia pelo Brasil, as restrições de mobilidade adotadas por governos estaduais e municipais afetaram o consumo de etanol. E a competitividade do combustível de cana-de-açúcar em relação aos fósseis foi afetada pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional.

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No mercado interno, as vendas de etanol, aquecidas em boa parte da safra 2019/2020, caíram em março, informa a Unica. Nos últimos 15 dias, foram 671,81 milhões de litros do combustível hidratado, queda de 20,81% em comparação com a segunda quinzena de março de 2019.

No mês, foram 1,37 bilhão de litros, queda de 23,39% em relação a fevereiro de 2020 e de 17,75% quando comparado com março de 2019. No etanol anidro, foram 774,85 milhões de litros vendidos em março, redução de 4,78%.

Ainda assim, a safra 2019/2020 terminou com crescimento na comercialização do combustível. Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar, foram vendidos 33,26 bilhões de litros de etanol entre os dias 1º de abril de 2019 e 31 de março de 2020, um aumento de 7,08% em relação à temporada 2018/2019. Desse total, 22,35 bilhões de litros foram do combustível hidratado, 7,02% a mais na mesma comparação.

Produção recorde

A temporada passada terminou com produção recorde de etanol. De acordo com a Unica, 65,68% da cana processada foram direcionados ao combustível. Incorporando também o volume de etanol de milho, o volume foi de 33,24 bilhões de litros, sendo 23,30 bilhões do hidratado e 9,94 bilhões do anidro.

“Este volume incorpora a produção de 1,62 bilhão de litros de etanol de milho, valor que também é o maior já registrado. Na safra 2018/2019, essa cifra alcançou 791,43 milhões de litros”, informa a Unica, no relatório. A produção de açúcar, destino de 34,32% da cana que passou pelas usinas, foi de 26,73 milhões de toneladas.

O relatório informa que 267 plantas industriais estiveram em atividade durante a safra 2019/2020 na região Centro-Sul do Brasil. As usinas processaram 589,903 milhões de toneladas de cana, um volume 2,92% superior ao contabilizado na safra 2018/2019. A qualidade da matéria-prima também foi melhor, com 138,57 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana. Na temporada anterior, foram 137,88 quilos.

“Essa expansão da moagem, simultânea a melhora da qualidade da matéria-prima, refletiu na maior disponibilidade de produto, convertido majoritariamente em etanol”, explica Padua, no relatório.

unica-safra-producao (Foto: Reprodução/Unica)

 
Source: Rural

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