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(Foto: Thinkstock)

 

A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) reportou, nesta segunda-feira (23/3), um caso de contaminação de um cachorro por coronavírus em Hong Kong. A origem do foco de contaminação ainda não foi identificada.

A OIE destacou que o vírus ainda é considerado de potencial desconhecido para animais. “Dois cachorros estavam no mesmo local que um paciente de Covid-19. Um deles teve diagnóstico positivo. Ambos os animais não apresentaram qualquer sinal clínico relevante”, diz a organização.

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Os dois animais foram colocados em quarentena no dia 18 de março, depois que o dono foi hospitalizado por causa do novo coronavírus. Os cães passaram por testes orais, nasais e retais, e um deles testou positivo para a doença.

“As investigações continuam. Animais de estimação de locais onde pessoas tiveram diagnóstico confirmado para Covid-19 serão colocados sob quarentena por 14 dias. Amostras serão coletadas para testes”, diz a OIE.

Sem alarmismos, diz virologista da USP

Virologista da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Eduardo Brandão afirma que o fato de um cachorro ter testado positivo para o coronavírus não é motivo para alarmismos.

Ele destaca que não há evidências da transmissão de cães para humanos e vice-versa. Também avalia que o caso é isolado e, muito possivelmente, o exame deu positivo porque o cão teve contato com secreções ou superfícies contaminadas.

O cachorro pode ter sido um hospedeiro acidental. Tinha o vírus, mas não desenvolveu a doença. Não é uma ameaça para a saúde dos cães, não há evidências disso

Paulo Eduardo Brandão, virologista da USP

 

Coronavírus canino

O virologista destaca, ainda, que os cachorros já têm o seu “próprio” coronavírus. “O coronavírus canino não é transmitido para humanos e é conhecido há décadas. Causa diarreia e, em casos mais graves, pode provocar mortalidade maior em filhotes. Mas há doenças muito mais perigosas para o cão, como a raiva e a cinomose, por exemplo”, explica.

Brandão observa, ainda, que a prevenção e o tratamento para o coronavírus canino já existem e costumam ser bem-sucedidos. “É uma doença que já tem prevenção incluída na vacinação dos cães. E, no caso de tratamento, geralmente é hidratação, soro endovenoso e, se necessário, anti-inflamatório”, finaliza.
Source: Rural

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