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(Foto: Cláudio Neves/Appa)

 

Redução nas exportações e queda dos preços de commodities podem estar entre os principais efeitos da pandemia de coronavírus sobre a economia brasileira, avaliou, nesta quarta-feira (11/3), em nota, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.

O texto, divulgado antes da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificar o coronavírus como pandemia, o que foi feito também nesta quarta-feira, pondera que ainda é cedo para precisar impactos e que, pelo menos por enquanto, não houve alterações significativas nas vendas externas brasileiras.

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“A redução do ritmo de atividade global tende a gerar uma queda na demanda das exportações brasileiras, sobretudo de commodities. Os dados completos da balança comercial dos próximos meses trarão informações adicionais”, informa a nota.

O documento destaca que, desde a confirmação da primeira morte pelo coronavírus, em 11 de janeiro, os preços das principais commodities da pauta de exportações do Brasil recuaram, principalmente café, carne bovina e minério de ferro. E, se de um lado a demanda pode ser menor, o custo de insumos importados pode aumentar, com menor disponibilidade.

“A menor demanda global tende a pressionar para baixo os preços em dólar de commodities. Os preços de insumos importados também podem aumentar, tendo em vista menor disponibilidade no mercado”, avalia a nota, citando também a aversão a risco provocada pelo impasse entre grandes produtores mundiais de petróleo.

Risco à indústria

Outro aspecto destacado pelo Ministério da Economia é a possibilidade de interrupção de cadeias produtivas, especialmente na indústria, dependente de componentes fabricados na China. Este tem sido um fator de preocupação para diversos segmentos, entre eles o de máquinas e implementos agrícolas.

Recentemente, em entrevista a Globo Rural, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMIA/Abimaq), Pedro Estêvão, considerou a possibilidade de faltar peças para o setor a partir de abril, por conta da retração da atividade industrial na China.

Na nota informativa, o Ministério da Economia destaca que essa situação pode afetar segmentos da indústria e induzir a uma retração de estoques. Por outro lado, considera possível que este seja apenas um choque temporário. “Será importante acompanhar os próximos dados de produção industrial e importação de bens intermediários para quantificar a importância deste canal”, diz a pasta.

Incerteza

 

A nota do Ministério da Economia pontua que ainda há muita incerteza sobre a magnitude dos efeitos da pandemia de coronavírus sobre a atividade econômica, ou mesmo sobre os mercados financeiros.

Nesta quinta-feira, bolsas asiáticas e europeias encerraram o dia em queda e, no Brasil, as negociações chegaram a ser interrompidas, com nova queda superior a 10% nas ações do Índice Bovespa.

Ainda é cedo para precisar o impacto. Na medida que mais dados econômicos do Brasil e do restante do mundo forem divulgados, será possível refinar as estimativas e reavaliar o cenário

Nota do Ministério da Economia

Também nesta quarta-feira (11/3), a Secretaria de Política Econômica revisou a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. No documento Panorama Macroeconômico, que reúne a grade de parâmetros para o orçamento, a expectativa passou a ser de 2,1% de expansão. A anterior era uma alta de 2,4%.

Ainda que revisado para baixo, o número é um pouco mais otimista que o dos analistas pesquisados semanalmente pelo Banco Central. Na edição do Boletim Focus publicada na segunda-feira (9/3), os especialistas projetaram crescimento de 1,99% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
Source: Rural

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