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Laila acredita que a transparência é fundamental para melhorar a convivência (Foto: Felipe Abreu)

 

A executiva Laila Pinheiro, líder de assuntos públicos da Syngenta para a América Latina, não quer ser vista apenas como mulher, negra e nordestina. Laila é apenas Laila, e os rótulos apenas a apresentam, mas não a limitam. E ela enfatiza que os rótulos não deveriam limitar ninguém. 

Ao assumir um alto cargo em uma das maiores empresas agroquímicas do mundo, Laila defende que é imprescindível ter uma relação de “olho no olho” com qualquer pessoa, seja o presidente, uma funcionária, um produtor rural ou alguém que administra uma cooperativa.

”O que me fascina é a mágica de entender o outro e estabelecer pontos de conexão”, diz ela. “Eu não discordo de realidades, mas na minha vida nunca coloquei em questão o fato de ser mulher.” Laila diz que não sofreu preconceitos por ser mulher durante os seus cerca de 20 anos de carreira.

Homens e mulheres devem ser tratados de forma justa, respeitando as diferenças e abertos aos debates

 

Porém, o mesmo não pode ser dito em relação à raça. Questionada se já sofreu algum tipo de preconceito por ser negra, Laila hesita, respira, se ajeita na cadeira e solta um “olha…”. Às vésperas de se inscrever no vestibular, na Bahia, ela decidiu que se dedicaria às relações humanas.

Sem saber exatamente como desempenharia a profissão, ela se matriculou no curso de relações públicas e deixou que o destino reservasse as surpresas, contando com uma pontinha de inspiração e sexto sentido.

Racismo velado

É por essa convicção de fazer o que gosta que o fato de ser mulher negra não foi um impeditivo para perseverar. Laila confessa que viveu algumas situações do “lado invisível da coisa”, como ela chama o racismo velado.

Ainda assim, retoma seu discurso apaixonado e obstinado ao dizer que é “trabalhando com transparência” que os espaços de debate vão se abrindo, agregando diferentes atores para discussões que transcendem gênero e raça.

É aí então que Laila fala de equidade, defendendo que homens e mulheres devem ser tratados de forma justa, respeitando as diferenças e abertos aos debates para a melhor convivência.

“Por mais que a gente não concorde, se eu te trato com a verdade, com transparência, você pode olhar para mim e dizer ‘tudo bem, estou aberta a conversar’. E é assim que vamos diminuindo os preconceitos”, diz ela, com a convicção de que há, sim, homens mais dispostos a criar um diálogo justo sobre a mulher no mercado de trabalho.
Source: Rural

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