Skip to main content

Cerca de 500 funcionários trabalham no centro da Syngenta em Durham, nos EUA (Foto: Syngenta/Divulgação)

 

Localizado na cidade de Durham, na Carolina do Norte (EUA), o Centro de Inovação Global de Sementes da Syngenta tem simulado a realidade de lavouras da América Latina, incluindo o Brasil, para pesquisar e testar novas tecnologias.

O espaço fica no Research Triangle Park (RTP), o maior polo de pesquisa do Estado com a presença de outras multinacionais. Lá, cerca de 500 funcionários, entre pesquisa, desenvolvimento de produtos e dados científicos, se empenham para tornar a empresa suíça, liderada pela chinesa ChemChina, líder mundial do mercado de sementes.

saiba mais

Americanos avaliam expectativas para a safra nova

Estudo aponta crescimento do setor de sementes nos próximos anos

 

A América Latina é vista como um mercado atrativo porque representa a principal fatia na área de sementes da Syngenta. Em 2018, foram US$ 3,6 bilhões em vendas. Também é no Hemisfério Sul que o clima tropical desafia os estudos a respeito da resistência de pragas e doenças e, consequentemente, o desenvolvimento de sementes mais resistentes.

Há três anos, entre meados de 2017 e 2018, a Syngenta passou a enxergar a América Latina como uma potência para entender o comportamento de soja, milho e, mais especificamente no caso do Brasil, a cana-de-açúcar, em face às mudanças climáticas.

(Foto: Syngenta/Divulgação)

 

“O país é um mercado extremamente importante para a China. Antes, as soluções desenvolvidas nos EUA eram levadas para países como Brasil e Argentina. Há algum tempo, o que acontece é o oposto. Estudamos a semente e o desenvolvimento da planta na realidade brasileira e depois distribuímos para outros países”, explica Hua-Ping Zhou, Ph.D., líder global da Syngenta para casas de vegetação de biotecnologia.

Ele conversou com jornalistas durante visita ao Centro, enquanto mostrava os laboratórios da Syngenta em ambiente controlado, regulado a 26º C e com 16 horas de luz por dia para simular a realidade das plantas na lavoura.

Relançamento após 10 anos

Parte da estratégia da Syngenta é relançar no Brasil e na Argentina a marca de sementes NK, que faz parte do portfólio da empresa desde 2000 e está voltando à América Latina depois de 10 anos. A decisão foi tomada após uma pesquisa com 400 produtores brasileiros, que atestaram a confiança à marca, mesmo passado tanto tempo.

Trevor Hohls, líder de Desenvolvimento de Sementes da Syngenta (Foto: Syngenta/Divulgação)

 

O líder de Desenvolvimento de Sementes da companhia, Trevor Hohls, diz que a volta da linha NK serve para proporcionar opções para o produtor. “Não queremos prendê-los à plataforma específica de um trait. O grande exemplo é a soja, em que estamos explorando as oportunidades para nos assegurar de que tenhamos uma plataforma diversificada de tolerância a herbicidas", afirma.

Segundo ele, o foco é prover uma plataforma diversificada de produtos. "Existe o dicamba, o glifosato, Liberty Link, e queremos ter todos esses traits no nosso portfólio. Nos EUA, quando a gente olha para o mercado de marcas e para os nossos licenciamentos, quando vamos até o consumidor, vemos que temos que prover diferentes traits. A mesma coisa na América Latina", diz Hohls.

Polo em Minas Gerais

A afinidade com o Brasil ainda se dá pelo fato de o maior local de pesquisa e desenvolvimento da Syngenta, entre os 110 existentes, ficar em Uberlândia (MG). E ainda vale lembrar a aquisição da agtech brasileira Strider, em 2018, e a compra da Nidera, em 2017.

“Nidera é uma empresa de reprodução muito forte na América Latina, mas eles não tinham conexões globais e, agora, nós podemos explorar isso como parte da Syngenta. Então, podemos transferir a tecnologia e explorar oportunidades de traits e germoplasma globalmente”, explica Hohls, ao reforçar que estudos feitos no Brasil podem ser aplicados em outras localidades.

Etanol de milho

 

Ainda durante a visita na empresa em Chicago, Illinois, o presidente global da Syngenta para a área de sementes, Jeff Rowe, diz estar atento ao mercado de etanol de milho no Brasil, estudando como esse nicho pode se tornar uma oportunidade de mercado.

Jeff Rowe, presidente global da Syngenta para a área de sementes (Foto: Syngenta/Divulgação)

 

“Você puder usar o milho a qualquer momento, como é o caso do etanol, é uma ótima oportunidade aos agricultores. É uma fonte sustentável, inclusive para a sociedade em geral. Nós estamos estudando os aspectos agronômicos deste mercado”, afirma.

O etanol de milho é uma realidade nos Estados Unidos, e Rowe lembra que a Syngenta tem a tecnologia Enogen da enzima de milho, o que representa aproximadamente três bilhões de galões de capacidade de etanol. “Esse é um produto muito efetivo nos EUA, com ganhos de produtividade ao agricultor, e achamos que haverá a mesma eficiência no Brasil", projeta.

*A repórter viajou a convite da Syngenta
Source: Rural

Leave a Reply