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Mercado projeta que governo anunciará elevação de taxas no próximo domingo (Foto: Ivan Bueno/Divulgação)

 

Cresceu a tensão no setor agropecuário da Argentina diante de um cenário de novo aumento de impostos para as exportações da soja e derivados, que passariam de 30% a 33%. O motivo é que, nesta quarta-feira (26/2), o governo anunciou o fechamento temporário do registro de exportações de grãos.

Sem este registro, as exportações ficam suspensas. A preocupação com os impostos existe porque em dezembro, três dias após assumir a presidência, Alberto Fernández também fechou o registro e, no dia seguinte, anunciou aumentos das alíquotas para a soja, óleo e farelo de 24,7% a 30%, e para trigo e milho, de 6,7% a 12%.

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Há uma semana que os mercados ventilam versões sobre o novo  aumento que seria anunciado no próximo domingo, durante o discurso de Fernández para inaugurar as sessões no Congresso Nacional.

Uma reunião com o ministro de Agricultura, Luis Basterra, está marcada para esta quinta-feira (27/2) com os representantes das quatro entidades do setor unidas na denominada Mesa de Enlace.

"Nova traição"

“Fomos convocados para uma reunião com o objetivo de conhecer as ações e decisões que o governo pensa em tomar em matéria agropecuária, mas fomos surpreendidos pelo fechamento do registro de exportações, que deixa uma sensação de engano”, disse, em nota, a Confederação Rural da Argentina (CRA), que acusa o governo de “uma nova traição”.

A entidade informou que sempre atendeu os chamados do governo para reuniões “com boa fé, intenção de diálogo, fundamento de cada posição e vontade solidária em um marco do razoável”. Porém, considerou que, enquanto os ruralistas esperam para dialogar, o governo toma decisões que não tem volta.

Na nota, os produtores reiteram a vontade de que haja um diálogo, mas exigem respeito. “Não permitiremos nem enganos, nem dilatações, a pressão fiscal já é insustentável”, afirmou a CRA no comunicado.

Na semana passada, os representantes da CRA e de outras entidades estiveram a ponto de aprovar um locaute como forma de protestar contra os aumentos de dezembro. Mas a decisão foi postergada à espera da reunião com o ministro Basterra.

Protesto marcado

No entanto, no mercado é cada vez mais forte a ideia de ir a um locaute similar ao realizado em 2007, quando Fernández era chefe de gabinete da então presidente Cristina Kirchner, atual vice-presidente. Na campanha eleitoral, Fernández disse em diversas ocasiões que não cometeria os mesmos erros que sua colega de chapa em relação a políticas para o setor.

Quando ocorreu o  conflito entre o campo e o governo Kirchner, houve um locaute que durou várias semanas. O motivo do protesto também foi contra a elevação dos impostos. Por não concordar com as políticas na época, Fernández acabou renunciando ao cargo depois do conflito. Os produtores de Tucumán já anunciaram um locaute entre 2 e 9 de marco e, em muitas províncias, há intenção de acompanhar o protesto.
Source: Rural

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