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Precipitações têm contribuído com a safra e deixado produtores com boas expectativas (Foto: Mariana Grilli)

 

 

 

A safra de soja na região de Formosa e Planaltina, em Goiás, está recebendo chuvas com regularidade há três semanas, o que tem ajudado no desenvolvimento do ciclo final da planta, uma vez que houve atraso de três a quatro semana no plantio devido à estiagem.

Assim como no Mato Grosso, a água que chega no momento de preenchimento de grãos é benéfica e deixa os produtores com expectativas positivas.

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“É uma concentração maior de chuva, mas que está dentro da normalidade, inclusive repondo água no lençol freático”, explica o agricultor Oscar Stroschon, da Fazenda Cereal Citrus, que tem aproximadamente 2 mil hectares, divididos entre 400 de feijão e o restante de soja e milho safrinha consorciado com plantas de cobertura.

Ele estima que, em cerca de 20 dias, o volume de áreas de soja para colher no entorno do município estará maior, mas ainda assim algumas variedades precoces já estão sendo colhidas. “Neste momento, o que nós torcemos é para que volte a normalidade de clima, variando entre sol e chuva, com o objetivo aproveitar os intervalos ensolarados para fazer os tratos culturais a fim de evitar aparecimento de ferrugem asiática e outras doenças na soja que ainda está vegetando”, conta Stroschon.

Produtor Oscar Stroschon cultiva cerca de 2 mil hectares em Goiás (Foto: Adriano Bellagente/Divulgação)

 

Nédio Tormen, pesquisador e fitopatologista do Instituto Phytus, diz que a safra 2019/2020 começou a contar com chuvas a partir da segunda quinzena de novembro, e os produtores conseguiram plantar as áreas de sequeiro, o que teve menor pressão de doenças.

“Ainda assim, como acontece em todos os anos, foi muito comum observar nas áreas a presença de septoriose, cercosporiose, um surto maior de míldio, e agora estamos começando a observar os primeiros focos de ferrugem”, alerta.

Em relação à safrinha, Stroschon estima que não haverá atrasos no plantio, pois a capacidade rápida de o agricultor plantar é alta. “A velocidade de plantio é grande, e o preço do milho está estimulando o plantio. Então, não deve reduzir a área de milho, e o produtor deve plantar até além da melhor janela na expectativa de ter rentabilidade”.

Perdas no feijão

 

Já em relação ao feijão, dos 400 hectares dedicados à cultura, o volume de colheita ainda é de 300 hectares, mas a mesma chuva que beneficia a soja está prejudicando o pulse. Por isso, Oscar prevê que haverá perdas e baixa comercialização.

“O feijão está sofrendo prejuízos e já apresenta perdas. Todo esse feijão que está pronto para colher está se deteriorando. Ele está brotando e apodrecendo. Então, a comercialização dele vai ser mais baixa", explica, citando que a sequência de chuva traz dificuldades.

Nos últimos anos, fomos bem sucedidos. Mas nesse ano não vai dar qualidade. Se continuar chovendo, a probabilidade é de perder todo esse feijão

Oscar Stroschon, produtor rural em Goiás

 

Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), até o momento não há levantamento sobre o tamanho do dano causado pelas chuvas, mas confirma-se o prejuízo, o que, do ponto de vista do abastecimento, deve resultar na forte valorização do alimento.

*A jornalista viajou a convite da Bayer
Source: Rural

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