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A China é o único entre os grandes mercados da oleaginosa que não deu a palavra final sobre a nova geração de biotecnologia de soja da empresa (Foto: Raphael Salomão/Editora Globo)

 

Apesar dos problemas enfrentados pela China, como as epidemias de peste suína africana (PSA) e coronavírus, a Bayer mantém a expectativa de lançamento comercial da soja Intacta 2 Xtend no Brasil em 2021, com plantio na safra 2021/2022. O país asiático é o único entre os grandes mercados da oleaginosa que não deu a palavra final sobre a nova geração de biotecnologia de soja da empresa, o que é esperado para até fevereiro do ano que vem.

De acordo com o líder de lançamento da tecnologia, Fábio Passos, a multinacional encaminhou a discussão técnica com o governo da China. O executivo pondera, no entanto, que, diante da situação atual, não é possível saber o que vai acontecer, mas a empresa mantém a confiança nas autoridades chinesas.

“Entendemos que é uma decisão técnica. Quando vamos para a esfera política, obviamente, não temos domínio sobre isso e não entendemos como vai se desenrolar a situação. Mas confiamos no impacto que a tecnologia terá para a China e a importância dessa aprovação para gerar mais commodity”, disse ele, em encontro com jornalistas no Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR).

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Principal demandante mundial de soja, a China acaba condicionando o lançamento de uma tecnologia, explicou Passos. No caso da Intacta 2 Xtend, como já houve a aprovação no Brasil, já poderia ser plantada aqui. Mas, sem a aprovação dos chineses, a comercialização da soja oriunda dessa biotecnologia seria prejudicada.

“Confiamos bastante no órgão regulatório chinês, na maneira com que eles vêm, cientificamente, aprovando. E nós continuamos a testar o produto, mas não podemos lançar e, mais para frente, ter uma empresa que não poderá cumprir um contrato comercial”, argumentou Passos.

Teste experimental

Tecnologia herdada pela Bayer na aquisição da norte-americana Monsanto, a Intacta 2 Xtend combina genética de resistência a lagartas e tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba. A promessa é conjugar alta produtividade e múltiplos mecanismos de proteção contra pragas e plantas daninhas.

De acordo com a empresa, cerca de 250 produtores de diversas regiões do Brasil estão testando plantando de forma experimental a tecnologia, que deve ter também cultivares próprias para o refúgio, prática considerada importante para o manejo de resistência da biotecnologia. “É muito importante o produtor ter o produto adaptado à sua região”, comentou Fábio Passos.

Em relação ao herbicida dicamba, que a Bayer incluiu nesse novo pacote tecnológico, Passos ressaltou que o trabalho tem sido desenvolver novas formulações, com menor volatilidade; e na orientação dos produtores sobre como aplicar de forma mais eficiente o produto, para evitar a deriva.

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“O produtor não terá formulações antigas de dicamba. O fato dele não estar no nosso sistema agrícola facilita a começar do zero. No caso da deriva, é começar o processo de dez passos de uso do produto. O que estamos trazendo é a visão de manejo inteligente. Tudo o que eu colocar na lavoura deve gerar rentabilidade e sustentabilidade ao ambiente”, afirmou.

Climate mira crescimento

Enquanto aguarda o momento de lançar comercialmente a sua nova geração de soja transgênica no mercado brasileiro, a Bayer aposta em um “crescimento exponencial” no número de usuários da plataforma Climate Fieldview. Principal plataforma de agricultura digital da companhia, o sistema faz a coleta e o processamento de dados de campo, gerando mapas e relatórios em tempo real para o agricultor.

O sistema foi criado por uma startup norte-americana, adquirida depois pela Monsanto e também integrou o portfólio herdado da empresa pela Bayer. No final de 2018, contabilizava cerca de 3 mil produtores brasileiros cadastrados. No final do ano passado, eram 10 mil.

“Acreditamos que vamos crescer exponencialmente. Com a plataforma de agricultura digital, estamos ligados a toda a cadeia de produtos da empresa”, explicou Guilherme Belardo, líder de desenvolvimento de negócios da Climate na América do Sul, também em encontro com jornalistas no Show Rural Coopavel.

*O jornalista viajou a convite da Bayer
Source: Rural

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