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Ílio Montanari, pesquisador da Unicamp (esq.), e Caio Abreu, CEO da Entourage Phytolab (dir.) (Foto: Divulgação/Entourage Phytolab)

 

A Universidade de Campinas (Unicamp-SP), e a Entourage Phytolab, empresa de pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos derivados da cannabis sativa, firmaram um convênio com a finalidade de estudar a planta no Brasil. Enquanto a Unicamp entra com o corpo de pesquisadores, a Entourage financia o projeto, que avaliará 240 variedades de cannabis durante 28 meses.

“A Unicamp vai estudar os conceitos químicos, agrícolas e genéticos das variedades, o que inclui a produção de matéria-prima e genotipar essas variedades. A partir do estudo, a Entourage vai escolher quais delas são mais adequadas para o desenvolvimento de medicamentos”, explica Ílio Montanari, engenheiro agrônomo e pesquisador do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp.

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De acordo com Caio Abreu, CEO da Entourage Phytolab, os compostos mais famosos da cannabis são o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD), mas não são os únicos componentes da planta. “Há mais de 100 compostos que estão em proporções pequenas e tem um potencial terapêutico muito interessante. A partir dessa seleção genética, a gente deve encontrar cultivares para produzir esses componentes em proporções maiores, sendo uma fonte de matéria-prima para medicamentos”, ele diz.

Aprovação da Anvisa

As conversas entre ambas as partes acontecem há cerca de cinco anos, mas o avanço da pesquisa depende de liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para que ela seja concedida, algumas normas da agência precisam ser atendidas. ”O CPBQA é uma referência em plantas medicinais, mas ainda assim a regulamentação da Anvisa tem algumas exigências, como plantio indoor e área de segurança. As instalações estão começando a ser adequadas para que a agência libere os estudos”, diz Abreu.

O pesquisador da Unicamp está confiante quanto à liberação e defende que a cannabis medicinal é uma oportunidade para o Brasil. “A Unicamp vai entrar com pedido de autorização especial para a Anvisa. Isso vai ser apresentado e a gente espera um retorno, no máximo, em três meses. E um retorno positivo, inclusive.”

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Enquanto a aprovação da Anvisa está andamento, a Entourage pretende dar outros passos neste ano. “Ainda no primeiro semestre de 2020, a gente deve apresentar algumas formulações e ensaios clínicos em seres humanos”, revela Caio Abreu.

A Globo Rural procurou a Anvisa na tarde desta quarta-feira (29/1) para saber sobre a liberação da pesquisa, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
Source: Rural

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