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(Foto: JM Alvarenga/Divulgação)

 

O preço do leite pago ao produtor em janeiro (referente ao volume captado em dezembro) foi de R$ 1,36835/litro na “Média Brasil” líquida, em alta de 1,1% em relação a dezembro e 2,2% acima do observado no mesmo mês do ao passado. Este é o maior preço real da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) para um mês de janeiro.

Segundo a pesquisadora Natália Grigol, do Cepea, a alta é decorrente da competição entre laticínios para garantir a compra de matéria-prima num contexto de oferta limitada, o que é atípico para o período, geralmente caracterizado pelo aumento da produção puxada pelo Sudeste e Centro-Oeste e estabilidade na captação do Sul do país.

A pesquisa demonstrou que o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) recuou 1,2% de novembro para dezembro na “Média Brasil”. O resultado está atrelado à queda de 7,3% no RS, 1,4% em MG e 0,5% em GO. “A lenta recuperação da produção na primavera, em decorrência do atraso das chuvas, limitou o crescimento da oferta no Sudeste e no Centro-Oeste, sustentando os preços em patamares altos.”

Natália Grigol observa que na região Sul o recuo da produção foi maior do que o esperado, devido aos menores volumes de precipitações. No Rio Grande do Sul, especificamente, as altas temperaturas e a estiagem impactaram negativamente a atividade leiteira, por conta do aumento do estresse calórico enfrentado pelos animais e da diminuição de alimentos para o rebanho – devido à menor disponibilidade de pastagem e também aos prejuízos no plantio de milho para silagem.

Ela também destacam que o aumento dos custos de produção (em especial do preço do concentrado) e o abate de vacas leiteiras, estimulado pelos elevados preços no mercado de gado de corte, também prejudicaram a produção de leite no último trimestre de 2019. A oferta restrita, portanto, levou a curva de preços a fugir do padrão sazonal.

A dificuldade de recuperação da captação leiteira no Sudeste e no Centro-Oeste em plena safra e o encarecimento dos custos de produção preocupam agentes do setor, dizem a pesquisadora. Os estoques de derivados seguem enxutos, o que estimulou a alta de 5% no preço do leite spot em MG em janeiro.

A média parcial de janeiro (até o dia 28) da muçarela negociada no atacado paulista subiu 2,5%, enquanto a do UHT caiu 1,5%, devido à pressão dos canais de distribuição. Assim, a expectativa é de que os preços do leite no campo se mantenham firmes no 1º trimestre de 2020.

Foto: leite cepea

 
Source: Rural

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