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Hoje, segundo a Abrafrutas, Brasil planta 20 mil hectares e vende metade da produção à Europa (Foto: Drawlio Joca/Ed. Globo)

 

A autorização de importação do melão brasileiro pela China tem potencial de triplicar a produção da fruta no país. A projeção é da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

“Hoje, são plantados 20 mil hectares e metade vai para a Europa. Só a China planta 430 mil para consumo próprio. Então, se tivermos 10% desse mercado, a expectativa é triplicar a área plantada aqui entre cinco e 10 anos. E há espaço para isso na própria área habilitada, que fica no Rio Grande do Norte e no Ceará. O potencial é grande”, destaca Luiz Roberto Barcelos, presidente da associação.

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Ele ressalta que, hoje, as exportações do melão brasileiro giram em torno de US$ 200 milhões por ano e, com a abertura do mercado chinês, podem ultrapassar US$ 600 milhões. “Isso tem efeito direto nas regiões de cultivo, com mais plantações e emprego. Hoje é uma dia muito especial, resultado de uma grande força conjunta, e esperamos que China não só conheça nossos produtos como abra outros mercados”, ressalta Barcelos, frisando que este é o primeiro acordo envolvendo frutas brasileiras firmado com o país asiático.

O presidente da Abrafrutas revela que, a partir de fevereiro, algumas amostras do melão brasileiro já serão enviadas de avião para a China. “A ideia é possibilitar que eles conheçam melhor as variedades que dispomos e estreitar os laços com os importadores”, afirma.

Sete anos de tratativas

Barcelos observa que as primeiras tratativas técnicas com os chineses começaram há sete anos e tiveram como eixo-central a preocupação do país asiático com a segurança. “Foram várias análises até eles se convencerem de que nosso melão está livre de pragas. Inclusive, fizemos um monitoramento a cada cinco hectares, com armadilhas, que são analisadas semanalmente para emissão de laudos atestando que não há mosca-da-fruta”, explica.

O presidente da associação também informou que, a pedido da China, há alguns pré-requisitos sobre o monitoramento da fruta que serão mais rigorosos nos primeiros três anos, mas reitera que a produção brasileira segue rígidos protocolos e não há riscos.

Logística desafia

 

A partir da autorização, agora o foco é garantir a logística adequada para levar a fruta até a China. Uma das preocupações da Abrafrutas é a estimativa de 35 dias para o transporte do melão da área habilitada até o país asiático.

“Não temos experiência e histórico de mandar frutas frescas tão longe, então vai ser um aprendizado para nós. Outro desafio é entender quais variedades resistem a esse tempo de viagem”, destaca Barcelos.

Ele observa que outro ponto importante é entender quais são as variedades mais consumidas pelos chineses e, também, encontrar os melhores parceiros comerciais. “Nessa fase de efetivação do novo mercado, precisamos de navios que façam um transporte rápido e no trajeto mais curto, variedades resistentes e clientes adequados”, salienta.
Source: Rural

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