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Cinco entidades e duas empresas abandonaram a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura (Foto: Globo Rural)

 

A polarização na sociedade atingiu a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura. Cinco entidades importantes do agronegócio comunicaram o desligamento da organização nesta semana em que as atenções estão voltadas para a participação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25), em Madrid. A informação sobre a saída das entidades foi relatada pelo diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Cornacchioni, durante a plenária de fim de ano da Coalizão, nesta terça-feira (3), em São Paulo.

Segundo Cornacchioni, não fazem mais parte da organização a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), a Associação Brasileira Indústrias Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB). Também se desligaram as empresas Copersucar e a Geoflorestas.

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Segundo informações que circulam no setor, a saída das entidades teria ocorrido para atender a um pedido do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por causa da insatisfação do governo com posicionamento da Coalizão sobre como o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia, que prejudicam a imagem do agronegócio brasileiro no exterior. Procurado pela Globo Rural, o Ministério do Meio Ambiente não respondeu aos questionamentos até o fechamento da reportagem.

Salles está em Madrid acompanhando a delegação brasileira na COP25, que começou no 2 e vai até o dia 13 de dezembro. Dois dias antes do evento, ele se reuniu com António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas para discutir como o Brasil poderia conseguir recursos financeiros a partir do Acordo de Paris.

“Este é um reflexo da polarização que está acontecendo do lado de fora para dentro da organização”, disse o membro da organização e diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Guimarães, durante a plenária da Coalizão. Segundo ele, é natural a saída de participantes e que quatro deixaram claro que podem retornar ao grupo. Além disso, informou a entrada de três entidades: Associação Brasileira da Indústria da Carne (Abiec) e os frigoríficos Marfrig e JBS.

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Lançada em dezembro de 2014, a Coalizão é um movimento multissetorial, que reúne mais de 200 entidades, composta por organizações civis da área de meio ambiente e clima, representantes do meio acadêmico, associações setoriais e companhias do agronegócio. O objetivo é somar parcerias para discutir as mudanças climáticas e uma economia voltada para baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Atualmente, grandes empresas e entidades do setor continuam na Coalizão, como a Agropalma, AMA Brasil – Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil, Amaggi, Basf, Bayer, Cargill, Carrefour, Cenibra, Duratex, Eldorado Brasil Celulose S/A, Eucatex, Gerdau, Marfrig Global Food, Suzano Papel e Celulose, Unilever e Natura.

Procuradas pela Globo Rural, a SRB, Unica e Abiove informaram que não comentarão sobre a saída. A ABCZ, o CeCafé e a Copersucar não deram retorno até o fechamento desta reportagem.
Source: Rural

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