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Padronização passa a valer para 17 produtos hortícolas (Foto: Thinkstock)

 

Frutas, legumes e verduras deverão obedecer a uma padronização visual estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Embrapa Hortaliças. De acordo com o Mapa, por enquanto, 17 produtos já passam a cumprir o padrão: abacate, alface, banana, batata, caqui, laranja, mamão, manga, melão, melancia, maçã, uva, morango, nectarina, pêssego, tangerina e tomate

A medida visa cumprir a Instrução Normativa (IN) nº 69, estabelecida pelo Mapa em novembro de 2018. De acordo com o Ministério, os produtos devem estar inteiros, limpos, firmes, sem pragas visíveis a olho nu, fisiologicamente desenvolvidos ou com maturidade comercial. As frutas, legumes e verduras também não podem ter odores estranhos, estar excessivamente maduros ou passados, apresentar danos profundos, ter podridões, estar desidratados, murchos ou congelados.

Ao obedecer os critérios, os alimentos estarão dentro dos padrões para o consumo e, portanto, aptos para ser comercializados. De acordo com Anitta Gutierrez, chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, o controle de qualidade deve ser feito já “na roça”, pelo detentor do produto, pois é ele o responsável por obedecer a esses padrões.

O objetivo é que isso melhore o cuidado com que os alimentos são comercializados

Anita Gutierrez, chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

“O objetivo é que isso melhore o cuidado com que os alimentos são comercializados, o que também contribui para a diminuição da concorrência desleal. Enquanto tem produtor que colhe o produto imaturo e comercializa mesmo sabendo que ainda não está bom para consumo, tem produtor que faz tudo certo e é prejudicado”, ela diz.

Anita Gutierrez explica que, quando estes produtos chegarem à Ceagesp ou ao mercado, já estarão com aspectos que facilitarão a escolha de quem compra. “Vai deixar de existir aquela prática de misturar na gôndola o produto velho com o novo. Isso vai fazer com o que o supermercado faça uma seleção primária e o consumidor esteja mais seguro de estar levando para casa um produto que veio da roça com qualidade”, diz.

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Para ela, muito que se perde de alimento é devido ao dano mecânico, desde a colheita, passando pelo transporte até chegar ao mercado. “A padronização visual vai melhorar todo o sistema de produção e fazer com que os alimentos sejam melhor embalados”.

Além disso, ela assegura que um produto que tenha deformações leves não será descartado. “Serão descartados somente aqueles produtos que qualquer produtor sabe que é defeito grave”, afirma Anita Gutierrez.

Importação e exportação

Os padrões também serão obedecidos no momento da importação. “Isso já vale para as frutas natalinas importadas todo final de ano. Aquelas que não cumprirem os critérios, podem não entrar no nosso país’, explica a chefe de qualidade da Ceagesp.

De acordo com o Mapa, os auditores fiscais federais agropecuários passam por capacitação para identificar os produtos que estiverem fora dos padrões de qualidade estabelecidos pela IN 69.

Já as frutas de exportação devem atender os padrões exigidos pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), dentro do chamado Programa de Frutas e Hortaliças. No caso do Brasil, a obediência à padronização para a exportação se dará de forma voluntária, conforme interesse do exportador ou exigência do país importador.

Segundo o Coordenador-Geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, os países importadores são bastante exigentes. “Eles têm pessoal treinado para não deixar ingressar produtos que não atendam aos requisitos mínimos de qualidade estabelecidos pelos padrões visuais”.

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Source: Rural

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