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A estufa é gerenciada por um software que controla a umidade, luminosidade e a temperatura. (Foto: Divulgação/BeeGreen)

 

 

 

 

 

No município de São Bernardo do Campo (SP), um dos principais polos da indústria automobilística do Brasil, junto com as linhas de montagem de caminhões da Mercedes-Benz, vem sendo cultivada uma horta orgânica. Plantadas em uma estufa de 1,2 mil m², 2,7 toneladas de hortaliças abastecem o restaurante da unidade onde mais de 10 mil trabalhadores fazem suas refeições.

A instalação foi inaugurada no início deste mês, investimento conjunto da montadora com a startup BeeGreen, que administra outras fazendas urbanas no país. O cultivo orgânico e protegido tem cerca de 44 mil pés de verduras: alface baby, rúcula, espinafre, agrião, chicória, salsinha, hortelã, cebolinha, coentro e manjericão. Em breve, terá tomate e berinjela.

"Passamos a ter uma alimentação livre de agrotóxicos sendo oferecida para os colaboradores e tivemos uma redução em nossos desperdícios. Antes vinha desde do Ceagesp até a Mercedes-Benz. Então ocorria desperdícios na logística", afirma o gerente de Planejamento da Mercedes-Benz do Brasil, Rafael Gazi, acrescentando que a empresa já discute a expansão do projeto para suas unidades em Campinas (SP) e Juiz de Fora (MG).

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O CEO da BeeGreen, Giuliano Bittencourt explica que a produção utiliza técnicas de aquaponia e aeroponia (cultivo sem necessidade de solo). Segundo ele, a ideia é cultivar em larga escala, usando metade do tempo e consumindo 90% menos água em relação ao método convencional. Enquanto a fazenda tradicional usa esterco das vacas como fertilizante, a da BeGreen utiliza fezes e urina das tilápia, filtrados até chegar na planta.

Bittencourt explica que a horta é 100% controlada por um software, que regula a temperatura, luminosidade, conectividade, umidade e outras variáveis de cultiva. Dessa forma, as hortaliças são colhidas depois de 45 a 60 dias. A tecnologia de gestão foi desenvolvida pelo Senai Cimatec, da Bahia, o Sebrae e a Embrapii.

"Desenvolvemos um modelo capaz de produzir até 28 vezes mais do que no modelo tradicional, no campo. Além disso, utilizamos a água de forma inteligente, não usamos nenhum tipo de substância química e estimulamos a hortaliça de forma que cresça em um período até 40% menor”, garante Bittencourt.

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Para a startup, parcerias como a feita com Mercedes-Benz ajudam a viabilizar sua proposta de reduzir a distância entre o produtor e o consumidor. Além de consumir no restaurante da montadora, os funcionários podem comprar as hortaliças, através de um serviço de assinaturas.

Pelo chamado “Box BeGreen MB”, eles retiram toda semana uma cesta composta por quatro pés de alface baby, duas outras hortaliças (folha de beterraba, agrião, rúcula etc) e um tempero (tomilho, basilicão, cebolinha etc) por R$ 49,90. Até o momento, mais de 100 funcionários assinaram, segundo a BeeGreen.

A empresa também tem uma fazenda urbana em um shopping center, em Belo Horizonte (MG). “Queremos levar o negócio para todo o Brasil. Para isso, basta que a empresa ceda o espaço que nós implantamos e administramos a fazenda urbana”, diz o CEO Giuliano Bittencourt.
Source: Rural

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