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(Foto: Reprodução/TV Brasil)

 

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (24/9), que o Brasil é um país comprometido com a preservação ambiental e que não admitirá que a situação da Amazônia seja usada pelo que chamou de interesses políticos e econômicos de outros países. Conforme a tradição, ele fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações, em Nova York (EUA).

“Meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece intocada. Prova de que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente”, disse ele

Em pronunciamento de cerca de meia hora, Bolsonaro afirmou que os ventos e o clima seco favorecem as queimadas na Amazônia. Mencionou que algumas das ações podem ser criminosas, mas destacou que há queimadas provocadas por indígenas e populações locais, o que seria parte de sua cultura.

Segundo ele, os focos de incêndio na região levaram a ataques que chamou de sensacionalistas por parte da mídia internacional. E governos chegaram a propor sanções contra o Brasil sem, sequer, ouvir a posição do governo brasileiro. Bolsonaro afirmou que qualquer iniciativa de ajuda à preservação da Amazônia deverá considerar o respeito à soberania brasileira.

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“Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indigenista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas intenções”, afirmou.

O presidente disse ainda que é uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e pulmão do mundo. Chamando e colonialista a postura de outros países em relação à Amazônia, Bolsonaro disse que a ONU tem papel fundamental para evitar o retorno a esse tipo de “mentalidade”.

“Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado! Nossa política é de tolerância zero para com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”, afirmou.

Questão indígena

Sobre a questão indígena, Bolsonaro disse que, atualmente, 14% do território do Brasil é reservado às etnia indígenas. Segundo ele, há no Brasil 225 povos indígenas, além de referências sobre 70 tribos vivendo em locais isolados, cada um com sua cultura e suas tradições.

Meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo"

Jair Bolsonaro

O presidente acrescentou que a visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. E citando o cacique Raoni, da etnia Yanomami, disse que alguns desses líderes são usados como massa de manobra de governos estrangeiros, que fazem uma guerra de informação para avançar na Amazônia.

“O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terras ricas. Especialmente das terras mais ricas do mundo. É o caso das reservas Ianomâmi e Raposa Serra do Sol. Nessas reservas, existe grande abundância de ouro, diamante, urânio, nióbio e terras raras, entre outros”, disse o presidente.

Ele ainda leu uma carta enviada atribuída a agricultores indígenas. O texto falava em mentiras da mídia nacional e internacional sobre a questão indígena. E que havia um interesse em fazer das populações indígenas so Brasil uma "reserva de mercado", com interesses colonialistas. E ressaltava a necessidade de desenvolvimento para reduzir a pobreza entre os povos indígenas.

Compromissos

Em seu pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro disse ainda que o Brasil é um país comprometido com os direitos humanos, com a democracia e com a liberdade econômica, religiosa e de imprensa. E que esses compromissos caminham em conjunto com o combate à corrupção e a criminalidade.

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Criticou presidentes anteriores, dizendo que seus discursos na Assembleia da ONU eram descompromissados e com temas que nunca atenderam aos reais interesses do Brasil. Afirmou ainda que nos seus primeiros meses de governo, taxas de homicídio caíram e apreensões de drogas chegaram a níveis recordes.

Bolsonaro ainda se manifestou contra a perseguição religiosa no mundo e lembrou da contribuição do Brasil com as missões de paz das Nações Unidas, como no Haiti, Líbano e República democrática do Congo. E reafirmou a disposição de manter a contribuição do país com essas missões.

O presidente fez fortes críticas a Cuba e Venezuela. Disse ainda que o Brasil trabalha com outros países para restaurar a democracia na venezuela e se empenha para que regimes de natureza socialista não se estendam pela América Latina.

“Em busca de prosperidade, estamos adotando políticas que nos aproximem de países outros que se desenvolveram e consolidaram suas democracias. Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica”, disse.

Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece intocada. Prova de que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente"

Jair Bolsonaro

Em relação à economia brasileira, destacou os recentes acordos comerciais com a União Europeia e o Efta. E afirmou que a economia brasileira está reagindo e rompendo o que chamou de “amarras” da irresponsabilidade fiscal, aparelhamento do estado e da corrupção.

“Estamos abrindo a economia e nos integrando às cadeias globais de valor. Pretendemos seguir adiante com vários outros acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, afirmou.
Source: Rural

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