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Planta é originária do Brasil central até o norte da Argentina. (Foto: Getty images)

 

Fruta de aspecto brilhante na cor vermelha, variando em alguns casos do alaranjado ao roxo, polpa suculenta e sabor agridoce refrescante, até no som do nome traz o exotismo dos trópicos. Pitanga é deliciosa para o consumo in natura e também como ingrediente de sorvetes, sucos, doces e licores. De uso diversificado e produzida por planta nativa daqui, é opção certa para o brasileiro que quer obter renda da agricultura em qualquer região do país.

Originária dos limites que se estendem desde o Brasil central até o norte da Argentina, a pitangueira (Eugenia uniflora) é de fácil adaptação às mais diferentes condições de clima e solo. Sem dificuldade para se reproduzir, pode ser propagada em qualquer quintal de norte a sul do território nacional.

Nos Estados do Centro-Oeste, há ainda a Eugenia pitanga, que não ultrapassa 1 metro de altura, mas produz frutos idênticos ao da espécie mais comum, cuja árvore atinge de 4 a 5 metros de altura, com possibilidade de chegar até 12 metros.

Folhas da fruta podem ser usadas para chás.(Foto: Getty images)

 

Pertencente à família das Myrtaceae, a pitangueira é um arbusto denso, ramificado e com copa arredondada entre 3 e 6 metros de diâmetro, permitindo que a fruteira também seja utilizada como cerca-viva e planta ornamental. Opostas, simples e com pecíolo curto, as folhas são verdes, com um tom marrom. São popularmente usadas para a elaboração de chás, por conterem substâncias consideradas capazes de combater diarreias e verminoses.

Ao surgirem em abundância, as flores pequenas e hermafroditas das pitangueiras são polinizadas por insetos, sobretudo as abelhas. Com a produção dos frutos, bem-te-vis, sanhaçus, saíras, jacus, arapongas e sabiás são alguns dos pássaros que passam a visitar a árvore e apreciar as pitangas.

Além de ser rica em vitaminas e carotenoides, com teores superiores aos da cenoura, a pitanga é dotada de fitoquímicos com propriedades funcionais. Compostos fenólicos, antocianinas e atividade antioxidante estão presentes, sobretudo, nos frutos roxos. Por isso, a fruteira é alvo constante de estudos da indústria farmacêutica como componente na fabricação de produtos.

 

 

INÍCIO A boa adaptação da pitangueira, até em países com clima oposto ao tropical, é um dos trunfos da fruteira para ser cultivada em qualquer Estado do Brasil. Contudo, a compra das mudas deve ser realizada com atenção, preferindo exemplares saudáveis e oriundos de viveiristas com referência no mercado.

AMBIENTE Mais adequado para a produção da pitangueira é onde se apresentam os climas tropical e subtropical, sendo ideais os quentes e úmidos. A planta, que gosta de passar horas sob sol intenso, é resistente a ventos fortes, tolera diferentes níveis de geadas e seca, se desenvolvendo bem em regiões semiáridas com alguma disponibilidade de água.

PROPAGAÇÃO Inicial mais utilizada é por meio de sementes, que devem ser despolpadas a partir de frutos maduros. Depois de lavadas e secas à sombra, coloque de duas em duas em sacos plásticos pretos de 12 por 16 centímetros e preenchidos com substrato feito de três partes de terra argilosa, uma de areia grossa e outra de esterco curtido de gado ou galinha. Após a semeadura, mantenha a umidade cobrindo cada saco com capim seco por cerca de 22 dias (o tempo para a germinação). Com 5 centímetros de altura, elimine a planta menos vigorosa no desbaste. Em seis meses, com 25 centímetros de altura, leve as mudas para o plantio no local definitivo.

PLANTIO Preferencialmente nos meses chuvosos, mas pode ser feito em qualquer época do ano, desde que seja irrigado periodicamente. Após retirar a muda da embalagem, coloque-a no centro da cova, aberta com 40 por 40 por 40 centímetros, e firme bem a terra, adubada com 150 gramas de superfosfato simples, 150 gramas de calcário e 10 litros de esterco de curral curtido, ou 5 litros de esterco de aves. Faça uma bacia ou coroa em volta da muda para reter a água das regas. De duas a três vezes por semana, irrigue bem para assentar o solo. Depois de 30 dias, adube com 50 gramas da fórmula 20-05-20. Repita a cada 60 dias.

ESPAÇAMENTO Deve ser definido de acordo com o manejo do pomar, mas uma recomendação é de 4,5 a 6 metros entre linhas e de 3 a 4 metros entre plantas na linha. Devido à declividade do terreno, as práticas culturais devem proteger o solo, mantendo-o vegetado entre linhas e priorizando o cultivo mínimo.

TRATOS Culturais são realizados de acordo com o desenvolvimento da pitangueira. No primeiro ano do plantio, comece a podar a copa em formato de taça retirando os ramos ladrões e fazendo a desbrota do solo à altura de formação da copa com 40 centímetros. Deixe de três a cinco ramos. Nas capinas, faça o coroamento manual ou com herbicidas ou roçadeiras. Monitore formigas e outras pragas ou doenças com controle químico e podas de ramos afetados.

PRODUÇÃO De flores e frutos depende do clima da região de cultivo, mas inicia-se no segundo ano de plantio e aumenta gradativamente até se estabilizar no sexto ano. No Sul e Sudeste, a floração pode ocorrer de agosto a dezembro e de fevereiro a julho, enquanto a frutificação de agosto a fevereiro e de abril a julho. As pitangas são colhidas manualmente cerca de 50 dias após a floração.

 
Source: Rural

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