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Amazônia (Foto: Agência Brasil)

 

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura lançou hoje uma campanha para mobilizar a população contra a grilagem de terras públicas e o desmatamento ilegal. Para chamar atenção para a questão da grilagem, um grupo de atores e figurantes simularam a ocupação do Parque Tenente Siqueira Campos, conhecido como Parque Trianon. Segundo a encenação, que é o mote da campanha, o parque seria loteado e vendido para se transformar em um novo empreendimento imobiliário na Avenida Paulista

O coletivo que assina a campanha, formado por representantes do agronegócio, das empresas e da sociedade civil, identificou que a preocupação com a ilegalidade na Amazônia é comum a todos esses setores. O movimento cobra medidas efetivas dos poderes públicos, como a realização de operações para combater o roubo de terras públicas e a constituição de uma força-tarefa da Justiça Federal, apoiada pelo Executivo, Legislativo e Ministério Público, com o objetivo de promover a resolução de conflitos fundiários nessas localidades.

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O presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e porta-voz da campanha, Marcello Brito, acredita que a questão ambiental é fundamental para garantir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado nacional e internacional.

“Queremos mobilizar a sociedade para esse grave problema, que ainda não é conhecido pela maioria dos brasileiros. O poder público precisa intensificar o combate ao mercado clandestino de terras e inibir a ação dos criminosos. O agronegócio está sendo prejudicado por quadrilhas que atuam na ilegalidade, manchando a reputação do setor, aumentando a insegurança jurídica e a concorrência desleal para produtores e empresas”, defende Brito.

André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), também irá atuar como porta-voz da campanha. “O desmatamento ilegal é ofensivo ao meio ambiente, à sociedade e aos setores produtivo e empresarial. Vale lembrar que ele está associado a outros crimes, como os incêndios florestais para abertura de novas áreas, grilagem de terras, trabalho escravo e conflitos com nativos e comunidades locais, agravando a violência no campo", reforçou Guimarães.

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Grilagem

Em 2018, segundo dados do IPAM, cerca de 40% do desmate na Amazônia ocorreu em florestas públicas, isto é, em unidades de conservação, terras indígenas e florestas públicas não destinadas (terras públicas em poder da União, mas sem uso específico). Este percentual sobe para 50% se incluído o desmate nas áreas onde há indefinição acerca do que é público e privado.

“Grilagem” é a apropriação privada, irregular e criminosa de terras públicas. O termo remonta ao século passado e batiza até hoje um método usado para forjar documentos de terra, que eram colocados numa gaveta com grilos para serem desgastados pelos insetos, dando aspecto antigo para que parecessem verdadeiros. Atualmente, criminosos empregam novas estratégias para fraudar escrituras. Assim, grandes áreas de terra pública ainda são reivindicadas por meio de documentos falsos.

As informações completas sobre a campanha estão no site www.sejalegalcomaamazonia.org.br. Nele, é possível assinar o manifesto pedindo o fim do roubo de nossas florestas públicas. Ao assinar o manifesto, o apoiador envia um e-mail para o Procurador Geral de República e para o Ministro da Justiça, pedindo apoio às medidas para combater essas ilegalidades na Amazônia.
Source: Rural

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